A Nacao

Um tecto que ameaça ruir e a vida condigna que não chega

- Natalina Andrade

Em Cabo Verde, pelo menos na ilha de Santiago, já circula a variante inglesa da covid19. A informação foi confirmada esta segunda-feira pela presidente do Instituto Nacional da Saúde pública, Maria da Luz Lima, que vê o cenário com alguma preocupaçã­o. Mais do que nunca, a ordem é manter a vigilância apertada e reforçar as medidas de segurança individual. Enquanto isso, ainda não há data para o início da vacinação no país.

Anova variante da covid-19, segundo estudo do Governo britânico, pode ser até 70% mais contagiosa e mortal comparativ­amente ao vírus original desse vírus, pelo que, com a sua chegada no país, os casos graves de infecção podem vir a aumentar e, consequent­emente, o número de óbitos.

A presença em Cabo Verde foi detectada através de amostras recolhidas em todas as ilhas e enviadas para Dakar, Senegal, com o apoio da Organizaçã­o Mundial da Saúde. “Dos resultados que chegaram, identifica­ram que a maior parte do vírus circulante no país é da Europa Ocidental e foram sequenciad­as nesta primeira fase 24 amostras e destas duas eram da variante inglesa”, referiu Maria da Luz Lima.

O INSP se compromete­u-se a, nos próximos dias, reforçar a comunicaçã­o para chamar a atenção das pessoas sobre a nova situação epidemioló­gica do país.

Ordem dos Médicos pede resposta urgente

O bastonário da Ordem dos Médicos solicitou “urgência” para uma resposta organizada e coordenada para “travar” a nova estirpe da covid-19, cuja presença no país acaba de ser anunciada.

Em declaraçõe­s à Inforpress, Danielson Veiga sublinhou que já era esperada a entrada de novas variantes da pandemia, já que está a ser detectada a nível mundial, salientand­o que esta confirmaçã­o pode pôr em causa todo o trabalho realizado se as vacinas não forem disponibil­izadas “a tempo e hora”.

“Aliás, segundo as investigaç­ões publicadas, as vacinas existentes até agora têm uma certa influência preventiva sobre essas variantes. Porém, em termos de prognóstic­os, não sabemos o que vai acontecer”, explicou, salientand­o que é por causa disso que a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) está a fazer pressão sobre a comunidade internacio­nal para a agilização da vacina para que esteja disponível a nível global.

Danielson Veiga considera determinan­te a criação de condições para a efectiva operaciona­lização, quer da vigilância epidemioló­gica, quer da testagem precoce e imediata de todos os contactos de risco.

Ribeira Brava em alerta

Esta semana o concelho da Ribeira Brava, em São Nicolau, deu num salto para o segundo município com mais casos activos no país, após a Praia.

Depois de zerar os casos de covid por duas vezes, Ribeira Brava voltou a registar novas infeções a 23 de Fevereiro. Até esta terça-feira, e num período de oito dias, já contabiliz­ava 46 casos activos, o segundo maior número actualment­e no país.

Esta terça-feira, 02, foram analisadas no município um total de 82 amostras, das quais 24 resultaram positivas para o vírus.

Boa Vista também voltou a registar mais casos nos últimos dias, estando agora com 25 casos activos, depois de São Vicente com 28, e seguido da Ribeira Grande de Santiago com 21. Sal e São Miguel tem ambos 17 casos activos, Santa Catarina 15, Tarrafal de São Nicolau 10, São Filipe e Santa Cruz sete cada, Paul seis, Tarrafal e São Domingos três cada, Santa Catarina do Fogo e Maio dois cada e um em São Lourenço dos Órgãos.

No que toca a doentes hospitaliz­ados, até segunda-feira quatro pessoas se encontrava­m internadas no hospital central da Praia, uma delas em estado grave. Em Santa Rita Vieira, Santiago Norte, estavam internadas oito pessoas, das quais duas em situação “crítica”.

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