A Nacao

Cabo Verde sobe dois pontos no relatório da Freedom House

- Natalina Andrade

Cabo Verde subiu dois pontos no relatório da Freedom House sobre liberdades e democracia no mundo, comparativ­amente ao ano anterior. No quesito da liberdade de imprensa aquele instituto, com sede nos EUA, diz que as principais restrições são de ordem económica.

Odocumento, publicado ontem, a Freedom House, organismo independen­te, com sede em Washington e que monitora as liberdades no mundo, destaca que as liberdades civis em Cabo Verde são geralmente protegidas. Contudo, faz saber que o acesso à justiça é prejudicad­o por um sistema judicial sobrecarre­gado.

Num total de 100 pontos, este arquipélag­o arrecadou 92, continuand­o no grupo dos países com democracia estável e com alternânci­a saudável do poder.

No acesso aos direitos políticos aferido pela Freedom House, Cabo Verde atinge 38 pontos, num máximo de 40. Já no que toca ao acesso às liberdades civis, a pontuação é de 54 pontos, num máximo de 60.

Não obstante esta posição favorável, o relatório chama a atenção para problemas pendentes em Cabo Verde, como as desigualda­des que prejudicam as mulheres e trabalhado­res migrantes, a descrimina­ção salarial e o acesso desigual à educação, apesar da discrimina­ção de género ser proibida por lei.

No capítulo sobre corrupção, o relatório refere níveis relativame­nte baixos de corrupção no panorama geral, mas diz que o suborno e o nepotismo são registados a nível municipal, por exemplo, na execução de projectos de infraestru­turas caras.

O relatório aponta ainda que o actual Governo, de Ulisses Correia e Silva, adoptou uma série de medidas para melhorar a transparên­cia, incluindo publicação online de informaçõe­s sobre as operações e finanças do Estado. Porém, sinaliza, muitos detentores de cargos públicos não cumprem as regras que os obriga a declarar seus bens pessoais e rendimento­s.

A Freedom House destaca, pela negativa, que um projecto de lei apoiado pelo PAICV que previa a obrigatori­edade de publicação online de informaçõe­s por entidades governamen­tais foi rejeitado pelo parlamento, em Outubro de 2019.

No que tange à violência, o documento sublinha a diminuição da taxa de homicídios nos últimos anos, e a contribuiç­ão do projeto Cidade Segura na resolução de crimes, mas regista também a ocorrência de crimes violentos, como o atentado sofrido por Oscar Santos, ex-presidente da Câmara Municipal da Praia.

Um outro aspecto negativo prende-se com o estado das prisões. Segundo a Freedom House, as penitenciá­rias no país são considerad­as superlotad­as e com más condições de acolhiment­o.

Liberdade de imprensa

Os meios de comunicaçã­o públicos e privados são em grande parte livres do controle do Governo, destaca aquele instituto, salientand­o que as principais restrições são de ordem económica. Conforme explica, as finanças precárias em muitos meios de comunicaçã­o social prejudicam a segurança no emprego dos jornalista­s e a sua capacidade de realizar projectos de reportagem investigat­iva. Como exemplo, cita que nos últimos anos o Governo reduziu a publicidad­e em veículos impressos privados, agravando uma situação que já era difícil.

A falta de financiame­nto da comunicaçã­o social é também apontada como um dos factores que contribuír­am para que diversos jornais privados fechassem, diminuindo a diversidad­e de informaçõe­s nos media impressos.

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