CPI’s não deram em nada
Nesta IX Legislatura, que ora termina, foram constituídas várias Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) para, entre outras, investigar actos de gestão na TACV, no Novo Banco, e em relação à construção das barragens.
Em relação à TACV, o MpD considerou que o referido inquérito era uma “grande iniciativa”, porquanto havia claros indícios de má gestão de dinheiro público.
Mas o PAICV considerou que essa CPI, aprovada pela maioria do MpD, tinha por propósito desviar as atenções sobre o negócio - “pouco transparente na óptica do partido” - feito pelo executivo “ventoinha” com a Binter, transportadora privada originária das Canárias que agora detém o monopólio das ligações áreas inter-ilhas.
Em relação ao Novo Banco, a CPI concluiu que a criação dessa instituição financeira foi uma decisão política do anterior Governo e desviou-se do objeto social.
Já a CPI sobre as barragens, criada a pedido do MpD, visava, entre outros, averiguar a responsabilidade do Governo durante todo o ciclo do processo da construção dessas infra-estruturas hidráulicas, isto é, desde a montagem da engenharia financeira até ao processo de entrega e aceitação da obra.
Como sempre, feito o barulho do costume, das conclusões das referidas CPI pouco ou nada transpirou, cumprindo-se assim a tradição no Centro do poder político em Cabo Verde.
Facto inédito, esta IX Legislatura também ficou marcada, negativamente, pelas cenas de pugilato entre os deputados Emanuel Barbosa (MpD) e Moisés Borges (PAICV).