Crise no abastecimento do gás?
Durante a pandemia, os consumidores passaram pela penúria da falta de gás em algumas ilhas, especialmente Fogo e São Vicente. João Oliveira e Sousa reconhece a situação no fornecimento e explica que houve uma série de fatores que tiveram implicações no abastecimento.
“Umas vezes por causa da pirataria ao largo da costa do Senegal, outras vezes por questões técnicas do barco, como as avarias. Acontece que atrasaram de três a dez dias, e a capacidade de armazenagem que temos no país não nos permite estender estes prazos e depois, infelizmente, há rupturas”.
Mas essas rupturas, diz, são pontuais. “O país não fica de repente sem gás, há ilhas que infelizmente padecem mais do que outras. Sendo que as ilhas periféricas são aquelas que sofrem mais”, explica.
Nova unidade de enchimento no Fogo
Para mitigar a situação a Vivo Energy/Shell iniciou um projeto de instalação de capacidade de enchimento no Fogo. “É um mercado considerável e depois temos a ilha Brava. E estas são umas das que, infelizmente, mais sofrem. Por isso, decidimos, num prazo recorde, avançar com o processo. Neste momento já temos tudo o que é a definição do projeto e, se Deus quiser, no dia 1 de Agosto teremos uma nova unidade de enchimento de gás no Fogo, a terceira no país”.
Com isto, a empresa vai descentralizar o enchimento e, depois, como explica João Oliveira e Sousa, o produto será transportado não em garrafas, mas em contentores, o que tornará o processo “mais fácil”.
Porém, o problema do açambarcamento das garrafas de gás também tem as suas implicações no abastecimento. “As pessoas têm a perceção que ter três garrafas em casa é melhor do que ter só uma e isto tem um efeito contraproducente e põe uma carga enorme sobre as petrolíferas”, alerta.
A empresa tem 180 mil garrafas no mercado, e, teoricamente, um em cada três habitantes tem uma garrafa. No entanto, como adverte, “o que se vê é que estas garrafas não estão disponíveis para enchimento e reciclagem”.
Neste sentido a empresa está a fazer uma campanha de devolução das garrafas, em que paga 1000 escudos por garrafa.