Enacol registou redução acentuada de vendas no mercado nacional devido à covid-19
A Enacol registou uma redução acentuada de vendas no mercado nacional, assim como no internacional, consequência directa da covid-19. Luís Filipe Duarte Flores, Diretor-Geral dessa petrolífera, reconhece que, apesar de tudo, são positivas as perspectivas da empresa a médio prazo, mas frisa que, a curto prazo, vai depender da evolução do quadro de saúde pública a nível mundial.
Assim como a nível mundial, a pandemia da covid-19 teve um impacto forte no sector empresarial em Cabo Verde. A Empresa Nacional de Combustíveis (Enacol), uma das duas petrolíferas existentes no país, sentiu esse impacto, segundo declarações de Luís Filipe Duarte Flores, ao A NAÇÃO, a propósito de um ano de covid-19 no país.
“Tal como aconteceu ao resto do mundo, e em particular nos países que têm uma grande contribuição do negócio do turismo para o seu PIB, Cabo Verde e as empresas cabo-verdianas foram fortemente afetadas pela pandemia, essencialmente no que diz respeito ao mercado externo”, afirma Flores.
“A Enacol não foi excepção e teve uma redução acentuada das suas vendas no mercado nacional, mas essencialmente no mercado internacional com particular atenção para os mercados de bunkering marítimo e aéreo”, acrescenta.
Apesar do contexto pandémico, este entrevistado avança que a solidez da estrutura financeira e do balanço permitiu a empresa passar este período que marcará a história mundial, cumprindo sempre as suas obrigações com alguma tranquilidade e mantendo os postos de trabalho, protegendo as pessoas e todas as suas operações intactas.
Corrida ao gás
No início, quando foi decretado o primeiro estado de emergência no país, assistiu-se a uma corrida desenfreada aos postos de venda de gás, dando origem a alguma “perturbação” no stock disponível desse recurso. O Director-Geral da Enacol explica que nem sempre a “corrida desenfreada” ao gás, se traduz no aumento de vendas, se analisado o ano completo.
“Especificamente no gás, houve efeitos contrários, porque se por um lado aconteceu algum aumento de consumo no sector doméstico, por outro tivemos redução no sector do turismo. O mesmo aconteceu nos restantes produtos ligados ao mercado interno”.
Luís Filipe Duarte Flores clarifica que actualmente não existe e não prevê que venha a existir qualquer crise no sector do gás, pois a armazenagem existente no país é mais do que suficiente para dar resposta às necessidades de consumo e o fornecimento de gás.
“Existiram pontualmente problemas logísticos na operação marítima que associados à tal ‘corrida desenfreada’, apesar de termos reforçado os stocks nas várias ilhas, gerou constrangimentos pontuais em algumas ilhas, mas que estão completamente ultrapassados”, frisa.
Perspectivas
Segundo o Director-Geral da Enacol, as perspetivas de futuro de médio prazo são muito positivas e de continuidade no caminho que a empresa tem vindo a trilhar, e que passa pela aposta nas pessoas, na inovação tecnológica e numa estratégia de melhoria contínua dos seus serviços.
Ainda assim, faz saber que, a curto prazo, a perspectiva de toda a economia depende da evolução do quadro de saúde pública a nível mundial e consequentemente da abertura dos mercados ligados ao turismo, nomeadamente dos países europeus, sendo que a Enacol se diz preparada e será sempre um parceiro estratégico para ajudar o país a acelerar a retoma da economia.