Sal enfrenta nova vaga
Há mais de uma semana que a ilha do Sal vem registando uma nova vaga de casos positivos da covid-19. Os sintomas são mais fortes e o poder de contágio parece ser maior, o que faz as autoridades sanitárias locais desconfiarem de que uma nova variante esteja a circular na ilha. São 92 casos activos até esta quarta-feira, dos quais 90 foram notificados na última semana.
Aprocura pelos serviços de saúde na ilha do Sal também aumentou, o que reforça a probabilidade de uma variante mais agressiva. Em declarações à rádio pública, na passada sexta-feira, Cláudia Silva, diretora do Hospital Ramiro Figueira, colocava esta hipótese, com base no aumento gradual do número de casos e na procura pelos serviços de saúde locais.
“Temos notado um aumento de transmissibilidade, muitas vezes no seio familiar, enquanto que anteriormente poderíamos encontrar membros do mesmo agregado sem o vírus. Recentemente é muito difícil não ter transmissão do vírus (no mesmo agregado). Ainda não conseguimos, ao certo, afirmar qual é a variante, mas conseguimos notar que a transmissibilidade e também a manifestação dos sintomas está diferente do ano passado. É mais forte”, explicou.
A responsável apelou, por isso, para que as pessoas utilizem a linha verde para comunicar sintomas, em vez de deslocar diretamente ao hospital, como, segundo diz, tem acontecido nos últimos dias.
Após o anúncio da identificação de dois casos da variante britânica da covid-19 na ilha de Santiago, anunciados a 01 de Março. Até agora mais informações não foram avançadas sobre a circulação desta ou de outras variantes no arquipélago, mas a Direção Nacional da Saúde garante que está a aguardar o resultado de novas amostras enviadas aos parceiros internacionais para rastreio.
A nível nacional, o país contabiliza 534 casos activos até esta quarta-feira (24), 303 dos quais na Cidade da Praia. Para além dos 92 no Sal, há ainda 34 em São Vicente, 23 na Boa Vista, 20 na Ribeira Brava e 17 em Santa Catarina, que compõem o grupo com mais casos neste momento.
Quase dois mil profissionais vacinados
A adesão à campanha de vacinação contra a covid-19, iniciada a 19 de Março, tem sido “muito boa”, segundo avançou, esta segunda-feira, o director nacional da saúde, Jorge Noel Barreto. Até então, cerca de 1730 profissionais da saúde estavam já vacinados, com o imunizante da Pfizer, o que corresponde a 40% do previsto no Plano Nacional de Vacinação.
“A adesão tem sido muito boa. Nós tivemos algumas situações em que as pessoas ainda estavam indecisas, o que é perfeitamente normal. Temos estado a dizer que a vacinação não é obrigatória, mas é recomendada”, sublinhou
Jorge Barreto considera, entretanto, normal que as pessoas tenham dúvidas, mas diz que o ministério tem trabalhado na sensibilização, o que leva a que muitos acabem por aceitar a vacina, entendendo que é um benefício que estão a ter neste momento.
Vacinas da AstraZeneca já estão a ser distribuídas
Com previsão para arrancar em breve com a aplicação da vacina da farmacêutica AstraZeneca, as doses já estão a ser distribuídas pelas ilhas do país. Nesta quarta-feira, a região sanitária de Fogo e Brava recebeu um total de 1200 doses do imunizante, dos quais mil para o Fogo e 200 para a Brava.
Depois da vacinação dos profissionais das estruturas de saúde da região, ocorrida nos dias 18 e 22, as novas doses serão administradas no pessoal da Polícia Nacional, serviço de Protecção Civil e Bombeiros Municipais, pessoal ligado ao turismo, doentes crónicos, pessoas com mais de 65 anos, professores e pessoas com outras comorbidades, segundo avançou Evandro Monteiro, diretor da região sanitária e do Hospital São Francisco de Assis, em declarações à RCV.
A equipa local está agora na fase de mapeamento e identificação das pessoas que necessitam de vacinas, para efeitos também de sensibilização, antes de se avançar para a vacinação.