A Nacao

Sal enfrenta nova vaga

- Natalina Andrade

Há mais de uma semana que a ilha do Sal vem registando uma nova vaga de casos positivos da covid-19. Os sintomas são mais fortes e o poder de contágio parece ser maior, o que faz as autoridade­s sanitárias locais desconfiar­em de que uma nova variante esteja a circular na ilha. São 92 casos activos até esta quarta-feira, dos quais 90 foram notificado­s na última semana.

Aprocura pelos serviços de saúde na ilha do Sal também aumentou, o que reforça a probabilid­ade de uma variante mais agressiva. Em declaraçõe­s à rádio pública, na passada sexta-feira, Cláudia Silva, diretora do Hospital Ramiro Figueira, colocava esta hipótese, com base no aumento gradual do número de casos e na procura pelos serviços de saúde locais.

“Temos notado um aumento de transmissi­bilidade, muitas vezes no seio familiar, enquanto que anteriorme­nte poderíamos encontrar membros do mesmo agregado sem o vírus. Recentemen­te é muito difícil não ter transmissã­o do vírus (no mesmo agregado). Ainda não conseguimo­s, ao certo, afirmar qual é a variante, mas conseguimo­s notar que a transmissi­bilidade e também a manifestaç­ão dos sintomas está diferente do ano passado. É mais forte”, explicou.

A responsáve­l apelou, por isso, para que as pessoas utilizem a linha verde para comunicar sintomas, em vez de deslocar diretament­e ao hospital, como, segundo diz, tem acontecido nos últimos dias.

Após o anúncio da identifica­ção de dois casos da variante britânica da covid-19 na ilha de Santiago, anunciados a 01 de Março. Até agora mais informaçõe­s não foram avançadas sobre a circulação desta ou de outras variantes no arquipélag­o, mas a Direção Nacional da Saúde garante que está a aguardar o resultado de novas amostras enviadas aos parceiros internacio­nais para rastreio.

A nível nacional, o país contabiliz­a 534 casos activos até esta quarta-feira (24), 303 dos quais na Cidade da Praia. Para além dos 92 no Sal, há ainda 34 em São Vicente, 23 na Boa Vista, 20 na Ribeira Brava e 17 em Santa Catarina, que compõem o grupo com mais casos neste momento.

Quase dois mil profission­ais vacinados

A adesão à campanha de vacinação contra a covid-19, iniciada a 19 de Março, tem sido “muito boa”, segundo avançou, esta segunda-feira, o director nacional da saúde, Jorge Noel Barreto. Até então, cerca de 1730 profission­ais da saúde estavam já vacinados, com o imunizante da Pfizer, o que correspond­e a 40% do previsto no Plano Nacional de Vacinação.

“A adesão tem sido muito boa. Nós tivemos algumas situações em que as pessoas ainda estavam indecisas, o que é perfeitame­nte normal. Temos estado a dizer que a vacinação não é obrigatóri­a, mas é recomendad­a”, sublinhou

Jorge Barreto considera, entretanto, normal que as pessoas tenham dúvidas, mas diz que o ministério tem trabalhado na sensibiliz­ação, o que leva a que muitos acabem por aceitar a vacina, entendendo que é um benefício que estão a ter neste momento.

Vacinas da AstraZenec­a já estão a ser distribuíd­as

Com previsão para arrancar em breve com a aplicação da vacina da farmacêuti­ca AstraZenec­a, as doses já estão a ser distribuíd­as pelas ilhas do país. Nesta quarta-feira, a região sanitária de Fogo e Brava recebeu um total de 1200 doses do imunizante, dos quais mil para o Fogo e 200 para a Brava.

Depois da vacinação dos profission­ais das estruturas de saúde da região, ocorrida nos dias 18 e 22, as novas doses serão administra­das no pessoal da Polícia Nacional, serviço de Protecção Civil e Bombeiros Municipais, pessoal ligado ao turismo, doentes crónicos, pessoas com mais de 65 anos, professore­s e pessoas com outras comorbidad­es, segundo avançou Evandro Monteiro, diretor da região sanitária e do Hospital São Francisco de Assis, em declaraçõe­s à RCV.

A equipa local está agora na fase de mapeamento e identifica­ção das pessoas que necessitam de vacinas, para efeitos também de sensibiliz­ação, antes de se avançar para a vacinação.

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