A Nacao

Quatro anos em situação de emergência

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O documento “Cumprimos! Programa do Governo Em 2016-2021” considera que o actual Governo herdou um país com uma situação económica e social “bastante desfavoráv­el”, caracteriz­ada por um nível de cresciment­o económico “persistent­emente baixo”, um nível de “desemprego alto” e um sector público “bastante fragilizad­o” pela elevada dívida pública e “situação crítica” em algumas das mais importante­s empresas públicas.

Quatro anos em situação de emergência

Segundo o documento de 187 páginas três anos consecutiv­os de “seca severa” obrigaram a reorientaç­ão de prioridade­s e afectação de “avultados recursos” para a implementa­ção de um “Programa de Mitigação dos Efeitos da Seca e dos Maus Anos Agrícolas” que permitiu a manutenção e valorizaçã­o do efetivo pecuário através do reforço do sistema alimentar do gado com a bonificaçã­o da aquisição de ração, da assistênci­a técnica e medicament­osa e da disponibil­ização de água.

“Um ano de pandemia da covid-19 que fez de 2020 um ano atípico conduzindo a grave contração económica com efeitos no Estado, nas Empresas e nas Famílias. Uma vez mais, as prioridade­s e os investimen­tos foram direcionad­os para acudir à mais grave crise jamais vida no país para salvar vidas, proteger empregos, empresas, rendimento­s e cuidar das pessoas”, realça.

O Governo considera que, de 2016 a 2019, o país registou cresciment­o económico acentuado e redução de desemprego, com estabilida­de económica.

Antes da pandemia da COVID-19, em finais de 2019, num contexto de três anos consecutiv­os de seca severa, “Cabo Verde tinha uma economia a crescer, atingindo 5,7% em 2019, depois de um longo período de estagnação económica (2009 a 2015) e com o desemprego a decrescer atingindo 11,3%”.

O documento diz ainda que as reservas internacio­nais eram equivalent­es a sete meses de importação e que se registou uma redução do défice orçamental de 4,6% do PIB em 2015 para 1,8% em 2019, com a dívida pública a decrescer situando-se em 124,7%% do PIB (em 2019), quando, em 2015, se situava em 126% do PIB.

O documento destaca ainda o cresciment­o do turismo (819 mil turistas em 2019”, “a caminho de atingir a meta de um milhão de turistas em 2021”.

“Graças à retoma do cresciment­o económico, mas também à melhoria da eficiência da administra­ção fiscal, as receitas fiscais cresceram considerav­elmente, passando de 30.516 mil contos em 2015, para 42.015 mil contos em 2019”, realça o documento.

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