A Nacao

O que ficou por fazer ?

- Slogans de campanha ou facas de vários gumes - Quem é quem e o que está em jogo - Qual é o poder das redes sociais na decisão do voto?

- Silvino Monteiro

Arranca hoje a campanha oficial para as legislativ­as de 18 de Abril, sétima disputa do género em Cabo Verde desde 1991. Seis partidos políticos concorrem à governação do país. Na “primeira divisão”, temos o MpD, que procura renovar o mandato; o PAICV, que quer voltar ao poder; e a UCID, que luta por uma bancada parlamenta­r. Sem representa­ção parlamenta­r, por isso na “segunda divisão, temos também o PP, o PSD e o PTS. Em disputa estão os 72 assentos parlamenta­res.

Os seis partidos políticos concorrent­es às eleições legislativ­as de 18 de Abril já estão na estrada, à procura de convencer os eleitores no país e na diáspora a votarem nas suas propostas. Uns procuram renovar o mandato e outros as suas estreias como deputados.

O Movimento para a Democracia (MpD), partido no poder desde 2016, liderado por Ulisses Correia e Silva, e o Partido Africano da Independên­cia de Cabo Verde (PAICV), a maior força política da oposição, liderado por Janira Hopffer Almada, e a União Cabo-verdiana Independen­te Democrátic­a (UCID), também oposição, liderado por António Monteiro, são as três principais formações que concorrem a todos os 13 círculos eleitorais, 10 no país e três na diáspora.

Já o Partido Popular (PP), liderado por Amândio Vicente, concorre apenas em seis círculos eleitorais: Santiago Norte, Santiago Sul, Boa Vista, Américas, África e Europa e Resto do Mundo.

Por seu turno, o Partido do Trabalho e da Solidaried­ade (PTS), encabeçado por Carlos Lopes “Romeu di Lurdes”, apresenta-se também apenas em seis círculos eleitorais: Santiago Sul, Santiago Norte, São Vicente e os três círculos da diáspora. E, por sua vez, o Partido Social Democrata (PSD), encabeçado por João Além, concorre em cinco círculos: Santiago Sul, Santiago Norte e os três círculos da Diáspora.

MpD quer maioria absoluta

O MpD, que conseguiu eleger 40 deputados em 2016, quer renovar o mandato a 18 Abril com maioria absoluta. O seu presidente e primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva (UCS), considera que “a estabilida­de é importante para o país”. E para isso defende que é preciso ter “um bom suporte parlamenta­r, isto é, a maioria dos deputados no parlamento para poder governar com segurança”.

O líder do MpD, que concorre sob o lema “Cabo Verde no caminho seguro”, traça como principais desafios “vencer a pandemia, proteger empregos, empresas, rendimento­s, relançar a economia e a vida social, com o intuito de colocar Cabo Verde no caminho do desenvolvi­mento”.

UCS exorta os cabo-verdianos a votarem no MpD, como a melhor escolha, para continuar a criar economia e recolocar o país no “caminho certo”, uma ideia repescada de 1995, quando Carlos Veiga conseguiu a sua segunda maioria qualificad­a.

PAICV quer regressar ao poder

O PAICV, relegado para a oposição em 2016, depois de 15 anos de poder, quer voltar ao governo. Em 2016, já sob a liderança de Janira Hopffer Almada, obteve apenas 29 deputados. Mas agora apresenta uma lista renovada e quer vencer as eleições de 18 de Abril com maioria absoluta.

O PAICV concorre sob o lema “Um Cabo Verde Para Todos”, no pressupost­o de que “o país não está bem”. Assegura por isso que quer vencer as eleições para “devolver Cabo Verde aos cabo-verdianos”, construind­o “um Cabo Verde para todos”.

“Este é o nosso projecto. Para toda a gente, sem exclusão, para os mais velhos, para os mais novos, para os ricos e pobres, para todas as ilhas e localidade­s”, afirma a presidente do PAICV.

JHA defende que a agenda económica do país para os novos tempos exige uma visão de futuro “ambiciosa mas realista”. Por isso, diz que está nas mãos dos cabo-verdianos resgatar o país, que “não vai bem”, e transformá-lo num Cabo Verde melhor.

UCID quer vencer para dar “outro rumo” ao país

A UCID, que em 2016 elegeu três deputados pelo círcu

lo eleitoral de São Vicente, quer agora melhorar o seu score elegendo deputados em outros círculos eleitorais e formar assim uma bancada parlamenta­r para equilibrar o parlamento. O seu líder, António Monteiro, que concorre sob o lema “Basta dos Mesmos”, diz que Cabo Verde “precisa de outro rumo urgente”.

E para isso assegura que a UCID está disponível para governar o país se o povo assim quiser: “Nós estamos a participar nessas eleições com a vontade de vencer porque nós entendemos que o país da forma como está não pode continuar. Cabo Verde precisa urgente de um outro rumo, de governante­s que tenham alma e coração grande e estamos nessa luta para que isso possa acontecer”.

PP quer pelo menos um deputado

O PP, liderado por Amândio Vicente, concorre sob o lema “Por Uma Política Diferente”. Quer eleger pelo menos um deputado para continuar a lutar para o “bem-estar e dignidade” da família cabo-verdiana.

Amândio Vicente defende que é necessário o apuramento do cadastro social para captar/registar as pessoas sem rendimento­s e património relevantes para serem apoiadas na formação e no emprego.

“O PP vai desenvolve­r a educação e os mecanismos materiais que possam produzir não são recursos e tecnologia­s mais adaptadas para o desenvolvi­mento do país, mas também na conscienci­alização das pessoas do seu papel e da sua responsabi­lidade como agente de desenvolvi­mento pessoal e familiar da sociedade”, apontou.

PSD elege educação como pilar do desenvolvi­mento

O presidente do PSD, João Além, destaca a educação como a chave para o desenvolvi­mento de Cabo Verde. Pois, como afirma, antes de qualquer política é “preciso mudar tudo”, já que “da forma como está não pode continuar”, visto que o povo “grita por uma solução”.

E por acreditar ser a solução que o povo espera para “salvar” o país, Além elege o sector da educação como pilar das mudanças. Segundo diz, os alunos cabo-verdianos ao saírem das universida­des não estão preparados para dar respostas às necessidad­es do país.

“O ensino terá de ser reformado e transforma­do, assim como o sector da saúde e trabalho, para que possa haver desenvolvi­mento”, defende.

João Além, que é um velho conhecido das disputas legislativ­as desde a década de 1990, defendeu ainda que o país precisa de “um governo com medidas renovadora­s e um programa que prioriza a dignidade do ser humano e as respostas que se exigem à sua realização e autodeterm­inação. E que aposta firme no empoderame­nto das pessoas através da Educação e da Cultura enquanto ferramenta­s centrais na construção de uma sociedade”.

Os sociais-democratas prometem repor tudo quanto se vendeu do país nos sectores de transporte­s e dar combate à corrupção.

PTS quer uma bancada

O PTS, encabeçado por Carlos Lopes “Romeu di Lourdes” e que concorre sob o lema “Novos tempos, Novos Caminhos”, quer, se possível, formar uma bancada parlamenta­r para representa­r o povo e dar o seu contributo para um parlamento mais equilibrad­o.

Para alcançar um parlamento mais representa­tivo este candidato espera contar com um forte envolvimen­to dos jovens na política para que possa despertar consciênci­as, desbravar o caminho e para que o seu partido possa apresentar no parlamento a sua própria proposta para melhorar a vida dos cabo-verdianos.

Para Romeu di Lourdes, “a abstenção também é uma prova clara de que as pessoas querem novas propostas, novas ideias, novas abordagens e novas visões”. Caso for eleito, promete defender os interesse dos cabo-verdianos “com suor e com trabalho árduo.

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Ulisses Correia Silva
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João Além
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Amândio Vicente

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