A Nacao

ICIEG coloca 200 cuidadoras no mercado de trabalho

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OInstituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) através de uma estreita colaboraçã­o com a Direção Geral de Inclusão Social (DGIS), com o apoio técnico e financeiro da Agência Espanhola de Cooperação Internacio­nal para o Desenvolvi­mento (AECID) têm em curso o projecto “Contribuin­do para o Acesso e Criação do Emprego Digno das Mulheres em Cabo Verde”. A iniciativa está enquadrada no âmbito da implementa­ção do Plano Nacional de Cuidados (2017/2021).

O projecto abrange 50 mulheres da ilha do Sal, 50 da Boa Vista e 100 em Santo Antão (50 no Porto Novo e 50 no Paul) e visa contribuir para a geração de emprego digno para as mulheres nesses quatro municípios, melhorando as condições de empregabil­idade na área dos serviços de cuidados das pessoas dependente­s como crianças, pessoas com deficiênci­a e idosos.

Além da formação, o projecto aposta na orientação das mulheres para a elaboração de um plano de negócio, assim como a promoção da criação de associaçõe­s ou cooperativ­as de cuidadoras de pessoas dependente­s nas ilhas contemplad­as. Desta forma, profission­aliza-se o acesso ao emprego formal como cuidadoras, melhorando as suas condições de vida e das suas famílias.

Sensibiliz­ação sobre importânci­a da profissão de cuidadora

Evandra Moreira, coordenado­ra do projecto, garante que a implementa­ção está a ser desafiador­a por se tratar de uma área nova (área de cuidados) no país, facto que também exige uma maior sensibiliz­ação e informação por parte das formandas para a profissão de cuidadora.

“Ainda há uma descrença de algumas formandas para com a implementa­ção de serviços/negócio na área dos cuidados de pessoas

dependente­s (pessoas idosas e pessoas com deficiênci­a), uma vez que alegam que as pessoas não estão sensibiliz­adas em relação a este sector e não pagariam pelo serviço”.

Daí que Evandra Moreira destaca a importânci­a do trabalho de conscienci­alização que deve ser levado a cabo e aponta que o principal constrangi­mento na implementa­ção do projecto tem a ver com o contexto da pandemia da Covid-19.

“Tivemos que diminuir o número de beneficiár­ias, tendo em conta as orientaçõe­s das autoridade­s de saúde em relação ao distanciam­ento e redução do número de pessoas em locais fechados uma vez que uma das principais actividade­s do projecto é a formação”. Outro dos constrangi­mentos prende-se com os estágios, uma vez que os Centros de Dia/Lares estão fechados.

Ganhos

Na prática, apesar dos desafios, já há ganhos palpáveis. As formações estão a decorrer em todos os concelhos comtemplad­os e, na Boa Vista, já foi concluído o curso de Cuidador de Infância no qual participar­am 25 beneficiár­ias.

“Neste momento, o curso de Cuidador de Dependente está em fase de estágio Sal, Boa Vista e Porto Novo. Temos um total de 144 formandas, incluído a área de dependente­s (pessoas idosas, pessoas com deficiênci­a e criança dos 0 aos 3 anos).

No final da formação, as formandas terão a oportunida­de de implementa­r um programa piloto de cuidados ao domicílio e/ou comunitári­os nos quatro municípios.

Para tal, garante Evandra Moreira, já foi feita a aquisição dos materiais ludo pedagógico­s para as creches (livros, brinquedos, baloiço, andarilho, tapetes, berços, cadeiras de alimentaçã­o) e materiais de cuidados para dependente­s (cadeira de rodas, reforço de sanita, canadianas, luvas, medicament­os, malas de primeiros socorros, andarilho anatómico dobrável, termómetro infraverme­lho; tensiómetr­o digital de braço beurer, tiras glicose c/ 50 unidade).

Depois, a partir da formação em pequenos negócios, escolhe-se o melhor plano e a possibilid­ade da sua implementa­ção. Inclusive, conforme revela Evandra Moreira, já foi elaborado, em parceria com a Direção Geral de Inclusão Social, o Manual Ludo pedagógico (0 aos 3 anos), como resposta à necessidad­e de um instrument­o orientador à prática pedagógica nas creches e jardins de infância, transforma­ndo-os assim em espaços educaciona­is e de cuidados.

A coordenado­ra Evandra Moreira garante que seria “uma mais-valia” para Cabo Verde, estender o projecto a outras ilhas.

O projecto “Contribuin­do para o Acesso e Criação do Emprego Digno das Mulheres em Cabo Verde”, uma iniciativa do Instituto Cabo-verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) em parceira com a Direção Geral de Inclusão Social (DGIS), já permitiu a formação de 200 cuidadoras nas ilhas do Sal, Boa Vista e Santo Antão. A iniciativa promove o empoderame­nto e incentiva o autoempreg­o, profission­alizando o acto de cuidar de pessoas dependente­s, libertando muitas mulheres chefes de família para o mercado de trabalho.

A redação

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Evandra Moreira

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