Infectados escondem doença por medo de estigma
O estudo sobre comportamentos, atitudes e práticas (CAP) sobre a covid-19 em Cabo Verde indica que 11% dos infectados escondem que contraíram o vírus por medo de discriminação.
Perante esses dados, o INSP anunciou, na sexta-feira, 07, que vai reforçar a comunicação para evitar a culpabilização e discriminação daquele que tiveram a “infelicidade” de contrair a covid-19.
Outros dados apontam que 40% dos inquiridos mostram medo da pandemia, contra 18% que encara o vírus como uma “arma biológica” ou um “castigo divino”. Esta constatação, segundo a presidente do INSP, Maria da Luz Lima, deixa a nu alguma “negação” perante a situação epidemiológica.
“Portanto, este é também um dos motivos para trabalharmos ainda mais para reforçar o conhecimento do que é a infecção, porque as pessoas sabem como prevenir, quais os sintomas, mas quando se fala da origem ou o que é, respondem que é uma arma ou um castigo divino”, explicou.
Mais de 90% está consciente de que qualquer pessoa pode ser infectada, 92% conhecem os principais sintomas e mais de 90% sabe que medidas eficazes controlam a doença.
Entretanto, apesar de toda a informação, os dados mostram que as pessoas continuam a não implementar as medidas recomendadas. Prova disso é que 16% dos inquiridos só utilizam máscaras “às vezes”, assim como 38% diz que faz distanciamento físico e 30% declara que participou em actividades com aglomerações nos últimos sete dias antes do inquérito.
O estudo, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP), foi feito em Dezembro de 2020, nove meses depois do aparecimento do primeiro caso no país. Foi levado a cabo em zonas urbanas e rurais de 14 municípios e inquiriu um total de 2.754 pessoas, entre os 12 aos 95 anos.