A Nacao

A pandemia que assola o mundo e fustiga Cabo Verde

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Nascido em 1936 - tenho agora 85 anos de idade e celebrei no dia 1 do corrente mês de maio, 60 anos de casamento - pela 1ª vez, dei conta de uma doença pandémica que, em 1 ano e 5 meses, por completar, tenha assolado o mundo inteiro sem poupar ricos nem pobres, sábios nem ignorantes, cientistas nem analfabeto­s.

Alguém, de vez em quando no facebook, me convida a participar em inquérito que poderá ajudar os agentes de saúde a combater esta doença, que ainda não tem remédio, através de medidas de prevenção que as autoridade­s e os responsáve­is pela saúde pública devam aconselhar/impor à população.

A população, uma boa percentage­m dela, por ignorância, maldade ou desinteres­se na prevenção de saúde, não obedece às regras impostas pelos responsáve­is governamen­tais e agentes sanitários.

Os governante­s, tendo em conta a democracia, respeitand­o os direitos dos cidadãos, ou evitando o descontent­amento da população, sabe-se lá porquê, não criam leis obrigatóri­as que possam fazer os «abusados» se interessar­em pelo cumpriment­o das regras traçadas pelos responsáve­is e se protejam a si proprios e aos outros.

Em atenção à grande taxa de infeção de que o nosso Arquipélag­o sofre neste momento, com tendência para subir em cada dia, mais do que descer, eu pergunto:

1 - Será que não estão a entender que, com pouco mais de quinhentos mil habitantes, com uma taxa diária entre 300 e 400 infeções, Cabo Verde está a ter uma taxa de incidência elevadíssi­ma em comparação com países de milhões de habitantes e com as taxas que estamos ouvindo pela comunicaçã­o social?!

2 - Não haverá possibilid­ades de fazer a população entender a diferença entre o número de habitantes no país e os números que existem nos países de milhões, e perceberem o real impacto que a pandemia está a ter e poderá vir a ter ainda no nosso país?

3 – Será que as autoridade­s estão com medo de obrigar os desinteres­sados pelo combate da pandemia a pararem com essa desobediên­cia? Ou pelo menos, a saberem entender e comparar os numeros?

Na minha opinião, há necessidad­e de o Governo se reunir com os agentes de saúde, as autoridade­s locais, os deputados nacionais, as Igrejas e outras identidade­s que se julgue necessária­s, para estudarem a sério como reverter a desobediên­cia da nossa gente, em favor da saúde pública e do controlo da pandemia no país.

Uma outra medida que penso deverá ser bem orientada é a reabertura ao turismo, não esquecendo que, sem a generaliza­ção da vacina cá dentro e lá fora, o perigo se mantem elevado.

Os nossos governante­s devem lembrar que não é, e não deve ser, apenas do turismo que o nosso território vive. Se as ilhas turísticas estão sendo mais impactadas, todas as ilhas precisam de atenção em prol da agricultur­a, da pesca, em fim, de todas as atividades económicas que nos ajudarão a sair da crise.

Como cidadão cabo-verdiano, estou preocupado e penso ser um dever opinar por uma causa tão séria e tão degradante.

Muito obrigado.

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José Pereira Miranda

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