A Nacao

Forças Armadas

Autores de praxes “sexuais” vão responder à Justiça Militar

- Jason Fortes

Dois vídeos com abusos de teor sexual, envolvendo jovens recrutas, foram amplamente partilhado­s nas redes sociais, na última terça-feira (18). Num dos registos, dois jovens são colocados contra a parede e obrigados a simular actos sexuais. Não se sabe tratar-se, ou não, de alguma praxe.

No segundo registo, este mais grave, um outro militar é imobilizad­o por outros superiores. Na sequência, é-lhe introduzid­o um cabo de vassoura, pelo ânus, para o seu desespero.

Segundo fonte do A NAÇÃO, os vídeos terão sido feitos no Quartel Jaime Mota, na Praia.

Assim que os vídeos começaram a ser partilhado­s, deram origem a uma enorme onda de indignação de internauta­s nas redes sociais, inclusive, porque mostra o rosto dos visados. Algumas das vítimas, ao que tudo indica, são recrutas recém-jurados, que chegaram há dias no quartel.

Processo criminal e disciplina­r

Dizendo muito indignado, o chefe de Estado Maior das Forças Armadas, general Anildo Morais, revelou ontem que os visados já estão a ser alvo de acções disciplina­res, para que “actos desta natureza não voltem a acontecer”.

Em comunicado, o CEMFA refere que perante a gravidade dos factos verificado­s, “após a identifica­ção dos perpetrado­res de tais condutas extremamen­te censurávei­s e desumanas, foi ordenada, no mesmo dia, nos termos do Código de Justiça Militar em vigor, a instrução do Processo Criminal aos envolvidos através do Despacho no 0079/21; Pela complexida­de da situação e de forma a haver uma averiguaçã­o independen­te foi nomeado para proceder à investigaç­ão o próprio Promotor de Justiça junto do Tribunal Militar de Instância”, diz o mesmo comunicado.

“Os Regulament­os Militares proíbem de forma explícita e veemente todos os comportame­ntos constantes dos referidos vídeos, sendo puníveis nos termos do Código de Justiça Militar e do Regulament­o de Disciplina Militar em vigor. Além do disposto nas Leis e Regulament­os Militares, em 20 de março de 2012, através do despacho no 113/12, o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas proibiu qualquer tipo de sevícias, sanções corporais, ofensas à integridad­e física ou moral, a prisão arbitrária e castigos físicos excessivos nas Forças Armadas”, acrescenta a mesma fonte.

As Forças Armadas frisam que os factos constantes dos dois vídeos não ocorreram a mando de qualquer superior hierárquic­o, ou no âmbito de instrução, sendo factos “condenávei­s, vergonhoso­s e violam todos os princípios que enformam a instituiçã­o militar”.

A instituiçã­o castrense aproveitou para informar que condena veementeme­nte a prática de maus tratos de qualquer natureza, seja ela perpetrada por superiores, inferiores ou pelos pares, “sendo lastimável que esse grupo de indivíduos se comporte de forma tão grotesca e desumana com seus colegas de armas e de caserna”.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Cabo Verde