Fundação Sima Júlia vai criar rede de voluntários comunitários de apoio aos idosos
A Fundação Sima Júlia vai criar uma rede de voluntários comunitários de apoio aos idosos cujo objetivo é, juntamente com a família, dar uma melhor assistência aos mais vividos. Esta iniciativa foi anunciada na primeira jornada de reflexão sobre “Violência silenciosa contra a pessoa idosa” promovida pela Fundação Sima Júlia, em parceria com a Câmara Municipal de São Lourenço dos Órgãos e o ICIEG, por ocasião do “Dia Mundial da Consciencialização da Violência contra a Pessoas Idosas”, assinalado a 15 de junho.
Tido como um património, o idoso é alguém que já viveu muitas experiências e que carrega consigo a cultura nacional. Para conscientizar a sociedade cabo-verdiana sobre a problemática dos idosos, particularmente, da violência que sofrem sem que ninguém dê por isso, a Fundação Sima Júlia vem trabalhando a fim de proporcionar uma velhice digna aos homens e mulheres que muitas vezes, no anonimato, deram o seu contributo para o país.
A presidente desta fundação, Teresa Mascarenhas, realça a importância de munir cada comunidade de uma rede de cuidadores.
“Os idosos são pessoas que já fizeram tudo e esperam que na sua fase final de vida possam receber mais respeito, mais amor e mais carinho de pessoas mais jovens. Este é o nosso objetivo: continuar a trabalhar e criar uma rede de voluntários comunitários que possam estar próximos dos idosos e das famílias da sua comunidade”, afirma a presidente.
Durante a reflexão realizada no Município de São Lourenço dos Órgãos foram destacados alguns dos tipos de violência contra a pessoa idosa, nomeadamente psicológicas, emocionais, patrimoniais e físicas, a maioria dos quais ocorre no seio familiar de forma velada e muitas vezes inconsciente.
Informar e sensibilizar as famílias
Neste sentido, Teresa Mascarenhas defende que é necessário empoderar as famílias para que possam dar um tratamento adequado aos seus idosos.
“Muitas vezes, os idosos não querem fazer a queixa e nem as famílias percebem que esse tipo de comportamento é violência. Por isso, queremos empoderar as famílias para que possam perceber que um determinado comportamento como o não dar ao idoso o remédio na hora certa, e a falta de higiene pessoal e de convívio com os familiares são tipos de violência”, justificou Mascarenhas
Uma outra situação de violência é o isolamento que os idosos sofrem visto que os familiares acabam por deixá-los sozinhos em casa para irem trabalhar. Com a pandemia esta situação veio a agravar-se devido ao distanciamento físico por prevenção e proteção contra a Covid-19.
“Nesse tempo de Covid-19 fala-se muito de distanciamento, mas distanciamento não é isolamento. Portanto, podemos distanciar sim e obedecer as medidas exigidas pelas autoridades de saúde, mas também devemos aproximar mais dos idosos porque é nestes momentos que mais precisam do nosso apoio”, defendeu Teresa Mascarenhas, realçando que a Fundação Sima Júlia tem estado a trabalhar para mostrar que distanciamento não deve ser confundido com isolamento.
Apoio da Câmara de São Lourenço dos Órgãos
A preocupação com os idosos também é partilhada pela Câmara Municipal de São Lourenço dos Órgãos (SLO), que nas palavras do seu edil, Carlos Vasconcelos, mostra-se ciente da situação no município e da necessidade de traçar estratégias para estar mais próxima dos idosos.
“A nossa Câmara Municipal, em parceria com o Ministério