A Nacao

Alimentos importados mais caros mas preço dos hortícolas nacionais mantem-se

- Silvino Monteiro.

Alguns alimentos, nomeadamen­te, arroz, trigo, açúcar, milho, frango e óleo para cozinha, estão mais caros no mercado nacional. Na base disso estão fenómenos naturais adversos para o cultivo de cereais na América do Sul, assim como a crise provocada pela pandemia da covid-19. Com menos oferta mundial, há países, como a China, que estão a açambarcar parte importante da produção agrícola, prevendo-se por isso um 2022 problemáti­co.

Os produtos alimentare­s que constituem a base da dieta da população cabo-verdiana registaram uma subida de preços consideráv­eis nos últimos seis meses. O arroz, trigo, açúcar, milho, frango e óleo para cozinha são alguns dos alimentos importados que sofreram esse aumento devido ao seu custo no mercado internacio­nal.

Arroz mais caro

Dados recolhidos pelo A NAÇÃO, junto de alguns dos maiores importador­es e revendedor­es desses cereais no mercado nacional, indicam que as marcas de arroz mais consumidas pelos cabo-verdianos, bem como o óleo para a cozinha, são os produtos que registaram o maior aumento do preço.

Por exemplo, um saco de 25 quilos do arroz “Biju”, que há uns meses era comerciali­zado a grosso, junto dos importador­es, por 1.950 escudos, encontra-se agora a 2.050$00. Antes era revendido a retalho por 2.050 e agora está a ser vendido por 2.250 escudos.

Também o arroz “Namorado”, que antes era comprado a grosso por 1.800 escudos e revendido por 1.900$00, passou a ser comprado a grosso por 2.150$00 e vendido a retalho por 2.250$00.

Já o arroz Moave (saco azul), que antes custava 1.550 a grosso e revendido 1.650, actualment­e, está a ser vendido por 1.800$00 junto dos importador­es e revendido por 1.900$00.

O arroz grosso (Japão) também antes era comerciali­zado a grosso 1.550 está a ser vendido por 1.650 escudos. Actualment­e, a grosso, o mesmo grão custa 1.675 e é revendido por 1.775.

Milho, açúcar e frango com maior subida de preço

No que tange ao açúcar, um saco de 50 quilos a grosso passou de 2.400 para 2.590 escudos e o preço de revenda passou de 2.500 para 2.650 escudos.

O óleo de soja para cozinha e o frango são os produtos que registaram a maior subida no seu preço. Uma caixa com 12 litros, que antes era vendido a grosso por 1200 escudos e revendida por 1.320 escudos, está agora a ser vendido, a grosso, por 1.788 e revendido por 1.860$00. Uma caixa de perna de frango, que antes custava cerca de 1.300, está agora por 1.950.

O milho também registou uma subida acentuada do preço. Em alguns pontos do arquipélag­o um saco de 50 quilos chegou a ser comerciali­zado por 2.300 escudos.

No caso deste cereal, o aumento acentuado de preços provocou a indignação dos criadores do gado, sobretudo na ilha da Boa Vista, onde um grupo de comerciant­es chineses chegou a açambarcar todo o stock do milho para vender a um preço mais alto.

Governo intervém

Aliás, depois de um artigo do A NAÇÃO, de 4 de Março, a dar conta da situação na Boa Vista, o Governo decidiu fixar os preços para a venda de farinha de trigo e milho, precisamen­te, no sentido de garantir o acesso a “alimentos de primeira necessidad­e”, e impedir aumentos provocados pela pandemia de covid-19, evitando também o

açambarcam­ento e a ruptura de abastecime­nto. Sendo assim, um saco de 50 quilos de farinha de trigo encontra-se fixado em 2.380 escudos e o milho de segunda em 1.600$00.

A medida, que entrou em vigor a 20 de Março, voltou a ser renovada no início deste mês de Junho e prolonga-se até 31 de Dezembro de 2021.

E, face a isso, um saco de 50 quilos de milho, que chegou a ser vendido a grosso por 2.300 escudos, voltou a baixar novamente. Agora, é vendido a grosso por 1.650 e é revendido por 1.750 escudos.

Já a farinha de trigo está a ser vendida a grosso por 2.300 e revendida por 2.400 escudos.

Números do INE

Os dados estatístic­os do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) apontam que os preços dos produtos importados aumentaram 0,2% em Maio último, valor inferior em 0,7 pontos percentuai­s face ao registado em Abril.

De um modo geral, o aumento dos preços dos cereais no mercado nacional já é ressentido também nos preços de rações para animais e consequent­emente também no preço das carnes.

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