Melinda Veiga e Gil Évora, a disputa à espera do tribunal
Em declarações ao Expresso das Ilhas, Melina Veiga não nega divergências com a restante administração, mas garante que estas vinham desde de 2017, quando Gil Évora era PCA. Às acusações de ter cometido crimes na gestão da Emprofac, o visado diz que já accionou o tribunal para a sua antiga colega provar o que anda a dizer contra ele.
Melina Veiga diz que os seus problemas na Emprofac datam de desde 2017, quando integrou juntamente com Gil Évora e Ana Ribeiro, o CA dessa empresa pública de medicamentos. Por causa de um conjunto de “actos”, afirma, chegou a solicitar um inquérito à gestão do antigo PCA, inquérito esse realizado pela Inspecção-Geral das Finanças (IGF). E, pela gravidade das situações detectadas, houve a recomendação que o relatório final fosse enviado ao Ministério Público.
“Opus-me, e cedo denunciei esses actos, sobretudo do ex-PCA, que considerei serem lesivos aos interesses da Emprofac, uma empresa pública”, sublinha.
A inspecção efectuada, garante, aconteceu em 2019, e o relatório data de Março de 2020. Segundo a cópia do mesmo cedida à Emprofac, aí são descritas situações que vão de “compras e serviços desnecessários à empresa, preços altamente inflacionados a concursos baseados em Termos de Referência feito à medida de determinadas empresas”, entre outras situações lesivas, que incluem ainda orientação de júris em concursos e utilização imprópria de verbas de representação.
Houve, pois, divergências desde sempre no CA, e é “falacioso” evocar que elas surgiram agora, refere. Entretanto, houve sim, reconhece também, pontos de vista diferentes dos da sua colega, Ana Ribeiro, nomeadamente em relação ao Plano de 2021, mas nada, insiste, que tenha tido resultado na ruptura de stocks.
Contactado pelo A NAÇÃO, para reagir às declarações de Melinda Veiga, o ex-PCA da Emprofac não quis alongar-se em comentários, dizendo apenas o seguinte:
“Não tenho tempo para comentar os delírios dessa senhora. Pretende-se desviar as atenções do problema da actualidade que são as razões das rupturas de medicamentos. Que eu saiba, a minha gestão não está em causa, pois, os números 2017-2019 falam por si. Quanto à inspeção ela existiu sim, mas bastava contactar os órgãos competentes para saber que a mesma foi arquivada há quase um ano. No que diz respeito às acusações que essa senhora produziu nesse processo contra a minha pessoa, desde Julho de 2020 que foi entregue no Tribunal da Praia uma queixa-crime, pelo que ela terá tempo e espaço próprio para provar tudo o que disse!”
Contactada também, Ana Ribeiro preferiu, por ora, não comentar as razões da sua exoneração da Emprofac. DA