A Nacao

Factores adversos marcam aumento interno de alimentos

- SM

Cabo Verde, como é sabido, depende largamente do exterior para a sua segurança alimentar, havendo anos em que as importaçõe­s chegam a atingir os 90 por cento (%). A subida de preços dos produtos alimentíci­os no país é o reflexo do aumento acentuado verificado no mercado internacio­nal.

O jornal “Negócios” (Portugal), de 17 de Junho, destaca “o aumento dos preços de matérias-primas”, mais também a “crise provocada pela pandemia Covid-19”, uma vez que foi “a responsáve­l direta pelos atrasos na produção devido à escassez de recursos humanos, e também demora nas entregas, e pelo aumento dos custos com transporte­s e logísticas”.

Conforme a mesma fonte, nos últimos meses surgiram outros factores imponderáv­eis que condiciona­ram a produção dos cereais, nomeadamen­te, “fenómenos naturais que afectaram culturas como a do milho na América do Sul”. E ainda a “greve prolongada dos trabalhado­res da soja na Argentina”.

A forte procura de matérias-primas por parte da China, que é um dos maiores compradore­s dos cereais a nível mundial, é vista pelos analistas como uma estratégia comercial muito forte e que serve para desequilib­rar a balança e o preço a nível mundial. É sabido que hoje em dia a China é o principal comprador de soja e outros cereais produzidos na América do Sul (Argentina e Brasil, principalm­ente).

Trigo e milho subiram mais de 30%

O “trigo mole”, que serve de base para a produção da farinha, registou uma subida do preço de 15% desde 31 de Dezembro de 2020. Em relação ao final de 2019, essa subida foi superior a 30%. No que diz respeito ao preço do milho, a subida foi mais acentuada nos mesmos períodos, sendo 32% e 56%, respectiva­mente.

Para a próxima colheita no hemisfério norte, que deve acontecer em Novembro do corrente ano, prevê-se um aumento na ordem de 45% no preço do milho e 30% em relação ao trigo e soja.

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