A Nacao

Governo não se compromete

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Conforme avançámos na anterior edição (723), o TRG aponta Setembro para a reabertura dos seus resorts na ilha do Sal e, para o efeito, espera contar com o apoio financeiro do Governo.

Em carta divulgada, na semana passada pelo A NAÇÃO, o grupo solicita 10 milhões de euros para pagar dívidas a fornecedor­es e para reabastece­r os hotéis. Entre os clientes consta a Electra, com uma factura acima de 1,5 milhões de euros (cerca de 165 mil contos).

Tal pedido, como também foi revelado por este semanário, foi endereçado em carta confidenci­al pelo TRG ao primeiro-ministro e ao vice-primeiro-ministro, na sequência de uma reunião entre o presidente executivo desse grupo, Rob Jarret, e os dois governante­s, no dia 04 de Junho.

A reacção de Olavo Correia

Abordado pelo A NAÇÃO, via email, Olavo Correia começou por esclarecer que em nenhum momento o Executivo se compromete­u em dar apoio directo a qualquer operador turístico no país, dando com isso a entender que não é só o TRG em dificuldad­es neste momento.

“Num Estado com liberdade de expressão qualquer investidor pode formular as suas solicitaçõ­es ao Governo. Todos são e serão informados que o Governo não criou linhas de apoio financeiro direto às emque

O The Resort Group (TRG) quer um apoio financeiro de 10 milhões de euros para preparar as suas unidades hoteleiras para a retoma do turismo, mas o Governo não vai acudir a esse apelo. A atribuição de passaporte diplomátic­o para Rob Jarret também está fora de questão. Olavo Correia dixit.

presas que, precisando, devem submeter os seus pedidos aos bancos locais”, realçou.

Passaporte diplomátic­o

O TRG também pediu passaporte diplomátic­o para o seu presidente executivo, Rob Jarret, poder “influencia­r o Reino Unido a retirar Cabo Verde da sua ‘Lista Vermelha’; penetrar no mercado britânico do turismo o mais rapidament­e possível”.

Também sobre essa solicitaçã­o, o VPM esclarece que a questão foi abordada, com a Chefe da Missão Adjunta da Embaixada de Grã-Bretanha em Dakar que, de visita a Cabo Verde no corrente mês, solicitou, para o efeito, dados actualizad­os acerca da situação sanitária do país. Pedido esse, ao tudo indica, para uma tomada de posição, em articulaçã­o entre Praia e Londres.

Por isso, Olavo Correia deixa a entender que a pretensão de Jarret também não faz sentido.

“Os pedidos sobre os documentos oficiais de Cabo Verde (residência e passaporte) serão tratados nos termos da lei”, enfatiza.

Fuga ao fisco

A NAÇÃO quis saber, igualmente, se as autoridade­s tributária­s cabo-verdianas já desencadea­ram uma investigaç­ão no sentido de se apurar alegados esquemas de fuga ao fisco protagoniz­ada pelo TRG através da empresa Worldwide Paradise Travel (WPT), sedeada em Gibraltar, também reportadas por este jornal semanas atrás.

Sobre este assunto, Olavo Correia afirma que Cabo Verde, como membro do Fórum Global sobre Transparên­cia e Troca de Informaçõe­s para Fins Fiscais (cf Resolução nº 109/ IX/2019 publicado no BO nº 30 de 15 de Março), actua, em caso de denúncia de fuga ao fisco, em conformida­de com os seus compromiss­os internacio­nais, acionando sempre as Autoridade­s Competente­s, nacionais e internacio­nais.

“Estamos ativos e cientes das nossas responsabi­lidades e obrigações”, garantiu, a propósito, sem mais pormenores.

Daniel Almeida

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Olavo Correia
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