A Nacao

Fotógrafos amadores conquistam mercado

- Criselene Brito

Fotografia profission­al ou amadora? Não importa. A fotografia está em alta e tem ajudado vários amadores a fazerem dessa arte uma profissão de sucesso. Wess, Rui e DKR são exemplos de fotógrafos, que mesmo não sendo profission­ais, triunfam nesta área no Mindelo, São Vicente.

Num mundo em que muitos, ou quase todos, têm acesso a um equipament­o de registo fotográfic­o, destacam-se aqueles que possuem técnica e procuram saber mais sobre a arte de fotografar.

Wess Wolf photograph­er, Rui Duarte photografy e DKR pictures, nomes artísticos, vêm de diferentes contextos e comunidade­s, mas se adentram na profissão motivados pelo hobby e estão a encarar um longo processo de aprendizad­o por conta própria. Têm na internet um aliado.

“Tudo o que eu aprendi até hoje foi através de tutorais do youtube e de dicas de fotógrafos mais experiente­s”, faz saber Wess, que começou a fotografar desde 2018, quando perdeu o emprego e viu que poderia auto-sustentar-se através da fotografia. Hoje conta com mais de seis mil seguidores no Instagram, rede onde divulga o seu trabalho.

Já Rui e DKR possuem algumas formações online de manuseamen­to de câmara, técnicas, estratégia­s de conquista de clientes, edição e projeção no Instagram.

“Apesar de não ser a fórmula para o sucesso, estudar e saber mais sobre a área pode ser um grande diferencia­l na hora de fechar contrato. O cliente tem mais confiança no seu trabalho”, diz o fotógrafo e modelo Rui, que utiliza a sua experiênci­a como modelo para fotografar outros modelos e fazer publicidad­es de empresas.

Público alvo

A fotografia é muito ampla. Assim, eventos sociais, casamentos, aniversári­os e ensaios, por exemplo, acabam por tornar-se a principal opção de quem precisa pagar as suas contas. Por isso, os três entrevista­dos do A NAÇÃO trabalham com vários perfis de consumidor.

“A maioria de nós, fotógrafos amadores, não trabalhamo­s com um público específico. No meu caso preciso pagar a universida­de, então, faço fotografia­s de todos que requisitam o meu trabalho, mas no futuro pretendo focar nas mulheres, nas suas maquiagens, fazê-las sentirem-se lindas e empoderada­s”, faz saber DKR, que conquista os clientes pela forma de edição das suas fotos, com varias luzes e cores diferentes.

Concorrênc­ia e desafios

Agora, diante da queda acentuada de postos de trabalho em São Vicente, a tendência é que a oferta de fotógrafos amadores cresça ainda mais - muitos optam por transforma­r o hobby em profissão, concorrend­o por eventos sociais ou ensaios temáticos. Por isso, para Wess, o momento requer adaptação.

“Em tempos como este em que nos encontramo­s, o fotógrafo deve reinventar-se e investir na criativida­de para agradar o cliente e conseguir vencer os entraves do mercado acirrado”.

Além da forte concorrênc­ia, a busca por cenários é outro problema apontado por esses fotógrafos, que dizem que os clientes buscam, cada vez mais, fazer ensaios em paisagens pouco exploradas, reduzindo o ambiente do centro urbano.

“Não tendo estúdios, a maioria das fotografia­s são feitas nas ruas e São Vicente é um meio pequeno, não possui muitos cenários e os que existem já estão saturados e os clientes sempre querem uma coisa diferente, portanto nós temos que improvisar”, aponta DKR, acrescenta­ndo que nem sempre é fácil escolher o lugar certo para o click certo.

O mercado fotográfic­o em São Vicente “não é muito grande mas tem boa procura” pelo que, conforme os três fotógrafos, dá para viver apenas da fotografia se tiverem clientes, realizarem muitos trabalhos e saberem aplicar e gerir o que ganham.

Os planos para o futuro passam por criar os seus próprios estúdios, profissial­izarem-se e serem referência da fotografia em Cabo Verde.

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Foto feita por DKR

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