Uma mão cheia de candidatos
Cabo Verde elege em Outubro o seu próximo Presidente da República, o quinto na história do país. O próximo Chefe do Estado pode ser conhecido logo na primeira volta, marcada para 17 de Outubro, ou então numa segunda volta, a acontecer 15 dias depois, ou seja, 31 de Outubro, conforme reza o código eleitoral.
Neste sétimo pleito presidencial oito candidatos concorrem à cadeira do Palácio do Platô. José Maria Neves, Fernando Delgado, Hélio Sanches, Gilson Alves, Péricles Tavares e Casimiro de Pina são estreantes. Enquanto que Carlos Veiga e Joaquim Jaime Monteiro concorrem pela terceira vez.
José Maria Neves
O antigo primeiro-ministro José Maria Neves, que concorre com apoio do PAICV, foi o primeiro a formalizar a sua candidatura junto do Tribunal Constitucional (TC), seis dias do fim do prazo estipulado por lei.
O seu mandatário nacional, o advogado e escritor Germano Almeida, disse no acto que o entusiasmo que a candidatura de JMN gerou na sociedade fez com que em rápido tempo se tivesse organizado o processo, não com mil subscritores, mas
A sétima eleição presidencial em Cabo Verde, agendada para 17 Outubro, é a com o maior número de candidatos que a história regista, ou seja, oito. José Maria Neves, Carlos Veiga, Fernando Delgado, Hélio Sanches, Gilson Alves, Joaquim Jaime Monteiro, Pericles Tavares e Casimiro Pina são os candidatos.
com o máximo de quatro mil assinaturas que a lei permite fazer.
Como tratou de defender, o país precisa dar uma volta à realidade, apontando os transportes e a justiça como sendo os domínios em que JMN poderá “vir a exercer a sua influência caso seja eleito Presidente de Cabo Verde. Porque são duas situações que trazem grande crise para o país e que nós precisamos resolver rapidamente”.
Carlos Veiga
O também ex-primeiro-ministro Carlos Veiga, que concorre com o apoio do MpD e da UCID, foi o segundo candidato a apresentar a sua candidatura, neste caso, dois dias antes do término do prazo estipulado por lei.
Em declaração à imprensa, o seu mandatário nacional, o economista e músico Adalberto Silva, disse que a candidatura registou a disponibilidade de subscrição que excede o limite máximo de 4 mil assinaturas, o que na sua perspectiva representa “um sinal de força” neste arranque da jornada, que espera ser de sucesso.
Adalberto Silva frisou que Carlos Veiga é um democrata de formação e de convicção e um dos autores da Constituição da República, que conhece “muito bem” os poderes e as atribuições do Presidente da República, e por isso uma “pessoa talhada” para a função de Chefe de Estado, e que dá garantia de estabilidade.
Fernando Rocha Delgado
O engenheiro naval e mestre em direito marítimo Fernando Rocha Delgado, natural de Santo Antão, foi o terceiro candidato a bater à porta do Tribunal Constitucional, no seu caso, com 1200 assinaturas. O seu mandatário, Adilson Vicente Oliveira, disse tratar-se de uma candidatura para mostrar “sangue novo, ideias novas” e dar oportunidades para que os jovens também sejam engajados no desenvolvimento de Cabo Verde.
“Já temos 17 anos que estamos a preparar essa candidatura, porque temos analisado o ciclo político em Cabo Verde e podemos ver que estamos numa situação em que os jovens cabo-verdianos estão um pouco desencantados com a nossa política, como demonstra a taxa de abstenção que temos tido há vários anos”, disse.
Hélio Sanches
O advogado e ex-deputado pelo MpD Hélio Sanches, natural de Santa Catarina, foi o quarto candidato a formalizar a sua candidatura à Presidência da República, com mais de mil assinaturas. O seu mandatário,
Edson Ribeiro, considerou que os apoios partidários são importantes, mas não pensa que estes vão definir os resultados de 17 de Outubro.
“O que gostaríamos é que os outros candidatos deixem de passar mensagens enganadoras aos cidadãos. Que cumpram de facto a Constituição, porque as eleições presidenciais não são e nem podem ser vistas como meras extensões das eleições legislativas ou outras eleições”, apelou.
Silvino Monteiro
Gilson Alves
O cirurgião Gilson Alves, natural de São Vicente, foi o quinto cidadão a oficializar a sua candidatura às presidenciais de Outubro, no seu caso com pouco mais de mil assinaturas. O seu mandatário, Edmilson Aguiar, garantiu que Alves é muito apoiado por jovens da sua ilha natal e não só, por ter ideias muito claras para esse segmento da população.
“Falo dos bairros periféricos que precisam de muito apoio, dos nossos idosos, dos nossos jovens. O objectivo da sua candidatura é conseguir um lugar para lutar no intuito de ajudar o povo de Cabo Verde e também os nossos jovens abrangendo as áreas periféricas”, manifestou.
Joaquim Monteiro
Joaquim Monteiro, natural de Santo Antão, foi o sexto concorrente a formalizar a sua candidatura ao PR. A sua mandatária, Maria Conceição Miranda, avançou que conseguiram mais de mil assinaturas, mas que isso não foi fácil, dado o momento em que o país se encontra.
“É uma candidatura do povo e para o povo, focalizada no povo. Agora, muito mais, porque sendo tempos de covid-19 nós temos que focalizar e tentar fazer isso junto das pessoas. Vamos continuar com o lema das outras vezes, mas com algumas actualizações e modernidades”.
Já o candidato Joaquim Monteiro disse que “se não houver fraude” a sua candidatura vai ganhar as eleições. “A máquina de fraude que se instalou no país é horrível”, disse, apontando dedo à CNE. Esta é a terceira vez que Djack Monteiro, como é popularmente conhecido, concorre ao Palácio do Platô.
Péricles Tavares e Casimiro de Pina Alves
Pericles Tavares e Casimiro de Pina foram os últimos a formalizarem as suas candidaturas.
Pericles Tavares mostrou-se satisfeito por poder formalizar a sua candidatura, tendo em conta a situação de pandemia, o período de chuvas e das sementeiras no país e, ainda, o facto de não contar com apoio partidário. Porém manifestou-se optimista pelo facto de ser um candidato independente que conta com o apoio do povo.
Por sua vez, José Andrade mandatário da candidatura de Casimiro Pina destacou o apoio da juventude nessa candidatura. Na ocasião, José Andrade reconheceu as dificuldades na recolha de assinaturas porque, conforme sublinhou, é uma candidatura que não tem uma máquina partidária por detrás.