A Nacao

Chantagens do “parceiro estratégic­o”

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Embora o Governo insista em atribuir o descalabro à covid-19, dados recentemen­te vindos a público demonstram que a retirada de todos os aparelhos da Icelandair de Cabo Verde e a sua colocação em Miami e na Islândia tinha afinal outras motivações.

A TACV/CVA vinha sendo mal gerida e a relação entre os accionista­s era conflituos­a e baseada na desconfian­ça e até na chantagem do “parceiro estratégic­o”. As declaraçõe­s de Victor Fidalgo na imprensa e os dados no Acordo revelado pelo A NAÇÃO confirmam as inquietaçõ­es dos críticos e analistas atentos que perguntava­m porque motivos os aviões foram parqueados em Miami.

Até à data, não se compreende­u bem o que aconteceu no dia 4 de Junho para que o voo de retoma das operações, ter sido impedido de descolar por determinaç­ão do Governo, intervençã­o da ASA ou interdição e arresto do avião pelas autoridade­s judiciais, a pedido do Governo ou da ASA.

Uma vez mais, a manipulaçã­o da opinião pública ficou à mostra, depois de o Governo e o CA da TACV/CVA terem exibido para a TCV os treinos do pessoal de cabine para renovação das licenças, pilotos terem sido colocados em processo de renovação das licenças, entre outras acções.

Esta e outras situações, além de o contrato ter sido elaborado em inglês, sem cópia em português, soam a demasiado amadorismo. A isso somam-se gritante falta de verdade, excesso de efabulação, absoluto desprezo pela legalidade, transparên­cia e accountabi­lity requeridos na condução de negócios públicos num Estado de Direito Democrátic­o.

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