Um presidente autoritário, sem ser ditador
Gilson Alves foi o quinto candidato a oficializar candidatura ao apresentar, a 17 de Agosto, o seu dossiê junto do Tribunal Constitucional, com 1.066 subscritores. Médico de profissão, actualmente apresenta-se como empresário no ramo das novas tecnologias e investidor em produtos financeiros diversos. Assume-se com o propósito de ser “um presidente autoritário”, mas sem ser “ditador”.
Sob o lema de campanha um “Poder total e absoluto”, no sentido de uma “liderança forte”, sem ser “um déspota ou um ditador”, Gilson Alves apresenta-se como um candidato independente que assenta a sua candidatura em três pilares fundamentais.
Em primeiro lugar, argumenta que Cabo Verde precisa “urgentemente” de uma reforma constitucional. Isto é, a implementação de um “regime presidencialista autoritário”, em que um chefe de Governo também é o chefe de Estado, que lidera o Executivo, com independência dos poderes Legislativo e Judiciário.
E, nesta linha, caso vença a corrida de 17 de Outubro, promete a revisão do sistema judicial vigente no país. Pois, como também tem afirmado, a Constituição deve respeitar a vontade do povo, sedento de um Presidente da República com poderes efectivos.
E por fim, defende a integração da emigração cabo-verdiana, pois, conforme diz, os emigrantes são de essencial valor para a economia nacional e que até agora são marginalizados.
O plano de campanha deste candidato presidencial passará pela divulgação das suas ideias nas redes sociais, mas assentará fundamentalmente em passeatas e marchas pelos espaços urbanos e rurais do país, financiado com fundos próprios.
Regime Presidencialista
Antigo presidente do Partido do Trabalho e Solidariedade (PTS), fundado por Onésimo Silveira, Gilson Alves revela ter decidido concorrer ao Palácio do Platô depois da análise feita ao sistema político nacional que, conforme defende, deve passar a ser um regime presidencialista aquele que melhor serve o país em vez do actual regime em vigor.
“Precisa-se de um Presidente autoritário, que represente um País pequeno e que pode mostrar uma personalidade forte e grande lá fora”, considerou. A seu ver, “só um Presidente jovem, autoritário, pode representar o País, que neste momento está a passar por uma fase muito frágil da sua história”.