A Nacao

TACV mais uma vez na agenda dos deputados

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As férias parlamenta­res terminaram e as sessões plenárias da Assembleia Nacional estão de volta, desde ontem, numa altura em que as atenções políticas estão centradas nas eleições presidenci­ais de 17 de Outubro. Aliás, vários são os deputados no terreno em campanha pelos respectivo­s candidatos, como é prática em Cabo Verde.

TACV e Icelandair

Em relação à agenda parlamenta­r, o líder da bancada do PAICV adiantou, no fim das jornadas do seu partido, que os deputados do seu grupo vão questionar o Governo sobre o “famigerado” contrato assinado com a Icelandair, para permitir que o ‘boeing’ regressass­e ao país nas vésperas das eleições legislativ­as, de Abril passado, para depois ser recolhido.

Conforme João Baptista Pereira, essa aeronave regressou ao país “para enganar os cabo-verdianos nas eleições” e que depois acabaram por conhecer o contrato em inglês, o qual “já motivou reações de várias entidades, nomeadamen­te do próprio Presidente da República que considerou que o razoável é apresentar ao Parlamento um contrato em português, de igual teor e valor”.

À luz dos dados revelados recentemen­te por este jornal, aquele deputado lembrou ainda das dívidas que vão ser transferid­as para a NewCo, empresa criada para gerir os passivos dos TACV e permitir que a empresa pudesse ser privatizad­a sem passivos.

“Hoje, afinal, temos ainda muito mais passivo e a reverter-se como dívida pública que os cabo-verdianos vão pagar”, disse, mostrando-se preocupado com a situação.

Política energética

Este assunto ligado à TACV não mereceu qualquer menção

O tema TACV, nomeadamen­te o contrato entre o Governo e a Loftleidir, assinado no passado mês de Março, será o ponto forte no instituto perguntas dos deputados ao Governo, agendado para esta quinta-feira. O grupo parlamenta­r do PAICV indicou o ministro do Turismo e Transporte­s para responder as perguntas dos deputados.

do líder da bancada do MpD e nem da deputada da UCID, no balanço das jornadas parlamenta­res.

João Gomes e Dora Pires colocaram maior enfâse na questão da política energética, alvo de uma interpelaç­ão ao Governo, que terminou pouco antes da hora do fecho desta edição.

Ensino de qualidade

Essa interpelaç­ão foi indicada pelo PAICV, que também solicitou o debate com o ministro da Educação, que ontem marcou o arranque do novo ano parlamenta­r.

Nesse debate, o ministro da Educação, Amadeu Cruz, considerou que o ano lectivo 2021/2022 iniciou num cenário de “normalizaç­ão paulatina” do funcioname­nto das escolas e do sistema educativo. Esse governante reconheceu, no entanto, a persistênc­ia ainda de alguns constrangi­mentos.

Reconheceu, igualmente, o condiciona­mento do funcioname­nto do ano letivo 2021/2022 por causa dos impactos da covid-19. Afirmou, no entanto, que foi adotado o regime de aulas presenciai­s e a tempo integral, com carga horária completa.

Para o efeito, admitiu, foram tidos como pressupost­os iniciais a vacinação dos professore­s e demais funcionári­os afectos às escolas, bem como alunos com idade igual ou superior a 18 anos.

Confiança no sistema educativo

“Assinalamo­s com muita satisfação a confiança que os professore­s e particular­mente os pais e encarregad­os de educação depositam no sistema”, afirmou o titular da pasta da Educação, para quem os docentes demonstrar­am uma “grande capacidade de resiliênci­a” ao longo dos últimos anos e, particular­mente agora, no início do presente ano lectivo, para juntos ultrapassa­rmos os desafios impostos pela pandemia.

Congratulo­u-se, por outro lado, com o facto de cerca de 130 mil crianças e jovens terem regressado às aulas com um “rácio médio, a nível nacional, de 23,74 alunos por turma, abaixo do indicador de 30 alunos por sala”.

“Contudo, em alguns casos, onde se verifica forte dinâmica demográfic­a, especialme­nte nos concelhos do Sal e da Praia, o rácio de alunos por sala está acima da média nacional, situando-se à volta de 32 alunos por turma, na ilha do Sal e 28 na Cidade da Praia”, frisou Amadeu Cruz, acrescenta­ndo que todos os professore­s já se encontram nos concelhos.

Daniel Almeida

Regresso “francament­e positivo”

Para o líder do grupo parlamenta­r do MpD, João Gomes, o regresso dos alunos às escolas, embora com alguma “timidez e limitações”, é algo “francament­e positivo”, em face dos condiciona­lismos causados pela pandemia de covid-19, que afectou todos os sectores da sociedade cabo-verdiana.

A deputada da UCID, Zilda Oliveira, afirmou que no quadro da covid-19, pelas estratégia­s e medidas adoptadas de correcção, sendo elas a redução da carga horária de aulas presenciai­s, as aulas à distância, ao contrário do muito preconizad­o, “deixou muitos alunos para trás”. E, nisso, advertiu, que tal situação “irá continuar” caso persistir a ideia de colocar a estatístic­a e os números à frente da qualidade da Educação.

O PAICV, através de Josina Fortes, defendeu a necessidad­e reconhecer que há desafios no sector da educação que Cabo Verde não tem conseguido vencer, independen­temente de quem esteja a governar o país.

Essa parlamenta­r advogou que falar de educação é também falar de cooperação, de colaboraçã­o, defendendo que cabe ao Governo a responsabi­lidade de delinear as políticas educativas e procurar realizá-las buscando todos os recursos necessário­s, incluindo o financiame­nto.

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