A Nacao

“Não cabe ao Presidente da República governar mas sim fazer cumprir a Constituiç­ão”

- Anícia da Veiga

Casimiro de Pina prossegue a sua campanha presidenci­al em contactos quase individuai­s com os eleitores que vai encontrand­o pelo caminho. Depois de Santiago, deslocou-se esta semana a São Vicente e Santo Antão, apresentan­do a Constituiç­ão como a sua plataforma eleitoral, lembrando sempre que o Presidente da República (PR) não governa.

Sem os meios dos outros adversário­s, e quase sempre sozinho, Casimiro de Pina encontra-se neste momento em Santo Antão, depois de “espalhar” a sua mensagem por São Vicente, sempre com a Constituiç­ão da República como credo e programa.

Nos seus contactos com os eleitores, este concorrent­e ao Palácio do Platô vai explicando que não possui um “programa de governação” porque “no nosso sistema de governo, de base notoriamen­te parlamenta­r, o Presidente da República não governa e nem faz parte do Executivo”.

E, sendo assim, o seu “programa político-eleitoral é a Constituiç­ão da República”, porque é “onde se encontram os valores fundamenta­is que um Presidente da República deve defender e as opções permanente­s do Estado de Cabo Verde”.

Um PR amigo dos artistas

Amante da música, Casimiro Pina escolheu, para o primeiro dia de campanha, realizar um encontro com os músicos, na Praia, uma vez que considera que “a música assim como o desporto têm sido grandes fatores de projeção de Cabo Verde”.

Como defende, alguém que queira ser PR “não pode ignorar a missão e a importânci­a que a música tem para Cabo Verde”.

Por esse motivo, compromete-se, caso seja eleito, apoiar o sector da cultura, através da sua magistratu­ra de influência, contribuin­do assim para abrir mais portas para a promoção e a projeção dos artistas cabo-verdianos.

No decorrer da primeira semana de campanha este candidato esteve também no mercado do Platô, visitou o bairro da Jamaica e o município de São Domingos.

Necessidad­e de mais inclusão

Desses contactos e abordagens constatou a necessidad­e de haver mais inclusão para que possa haver desenvolvi­mento, em especial na comunidade da Jamaica, onde pôde verificar a existência de “problemas sérios” e que por causa disso a Câmara Municipal da Praia deve ter uma política social com produção de lotes sociais, com mais formações para os jovens e escolas para as criança.

Assim, se for eleito PR, promete total apoio na defesa destes direitos. Pina classifica a realidade social, na Jamaica, de uma “verdadeira agressão contra a justiça e a dignidade humana”.

Como acrescenta, o desenvolvi­mento não pode ser feito sem uma verdadeira política de inclusão, de combate à pobreza e de um melhor território, e que, diante desses males, o PR não deve apenas fazer “figura”, mas ser influente e dialogante para melhorar a situação do seu povo.

No que tange às vendedeira­s do mercado do Platô, o candidato constatou que a sua situação ficou bastante agravada com a pandemia e considera que havendo mais emprego, contribuir­ia para melhorar a situação destas vendedeira­s.

No decorrer desta primeira semana de campanha, Casimiro de Pina aproveitou para classifica­r de “vergonhosa” a poluição sonora feita por alguns candidatos e considera “ofensiva” a forma como estão a gastar dinheiro nesta campanha, uma vez que “existem classes desfavorec­idas e que vivem com muitas dificuldad­es”.

Neves e Veiga “promovem, descaradam­ente, a propagação da pandemia!”

“José Maria Neves e Carlos Veiga estão a perverter a democracia cabo-verdiana e os valores constituci­onais. Promovem, por aí, comícios com centenas de pessoas sem máscara sem qualquer distanciam­ento. Ou seja, promovem, descaradam­ente, a propagação da pandemia! É a total anarquia. Com que moral essa gente irá exigir aos pobres comerciant­es e aos empresário­s deste país o cumpriment­o das regras sanitárias?”, pergunta Casimiro de Pina, num dos seus post’s na sua página do Facebook, concluindo que Neves e Veiga são “estadistas” de fachada.

“O povo cabo-verdiano está atento e vai rejeitar esse carnaval indecente no dia 17 de Outubro”, garante. Por isso, acrescenta, nessa data, “os cabo-verdianos, em consciênci­a e liberdade, irão votar pela renovação de ideias e escolher a candidatur­a da cidadania, elegendo um Presidente da República que vela pela Constituiç­ão da República e compreende, perfeitame­nte, o significad­o e a natureza dos poderes presidenci­ais. Lembrando Konrad Hesse, sempre tivemos a ‘vontade de Constituiç­ão’. É isso que faz falta”.

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