Uma semana de marcha por um regime presidencialista com “poder absoluto” “autoritário” de Gilson Alves
Gilson Alves já percorreu localidades de São Vicente e nos três municípios de Santo Antão, sua ilha natal, embora tenha sido em São Vicente que passou a infância, sendo também a ilha onde reside.
Sob o lema “Poder Absoluto”, este candidato promete uma “liderança forte”, a implementação de um regime presidencialista autoritário e a revisão do sistema judicial vigente no país.
Os três pilares da sua candidatura que, a seu ver, estão e ser bem aceites pelas populações que tem contactado nesta marcha rumo a 17 de Outubro.
“A minha mensagem está a ser absorvida facilmente pelas pessoas, principalmente pelos jovens, que se sentem imediatamente cativados. Alguns [críticos] dizem ser uma mensagem forte, ditatorial e com ideais golpistas. Felizmente não é isso que tenho visto no terreno, onde sinto um grande apoio das populações”, argumenta o candidato.
Comícios fora de questão
Durante a sua campanha, Gilson Alves tem optado por “marchas” com grupos pequenos pelos bairros e localidades e critica a postura assumida por algumas candidaturas que insistem em realizar os habituais comícios, mesmo num contexto de pandemia.
“Sou médico e seria inconcebível andar por aí em comícios com pessoas aglomeradas e sem máscaras em plena pandemia. Outros candidatos apoiados pelos respectivos partidos estão a fazê-lo, de forma descarada e gastando rios de dinheiro todas as noites”, denuncia o candidato que garante não trocar a vida de um cabo-verdiano pela sua eleição.
Mensagem à medida de todos os cabo-verdianos
Questionado se espera o mesmo engajamento dos cidadãos das outras ilhas, Alves argumenta que a aceitação será “exactamente igual”, pois, segundo diz, a sua mensagem “foi preparada à medida de todos os cabo-verdianos”.
“Somos um único país e a minha mensagem também assim o é. Não chegarei a São Nicolau para prometer coisas que não prometi em São Vicente”, garante.
Contudo, lamenta que, por motivos logísticos e de transportes, provavelmente não irá marcar presença nalgumas ilhas, principalmente no Maio.
Problema de ligação marítima deixa ilha do Maio de fora
“Se calhar a ilha do Maio, infelizmente, deverá ficar de fora devido a problemas de ligação marítima. Após a paragem na ilha da Boa Vista, o navio segue directamente para a cidade da Praia, o que nos impossibilita de estar na ilha do Maio. Nesse caso somos obrigados a seguir o itinerário predeterminado”.
Ainda assim, este candidato assegura às gentes do Maio que a sua mensagem seguirá a ser passada com o mesmo entusiasmo nas redes sociais, na imprensa e deixa um recado.
“Quero dizer-lhes que o candidato à presidência da República é desassociado dos partidos políticos, ou pelo menos deveria o ser. Quando forem a votos no dia 17, que o façam para votar num Presidente da República e não num partido”.
Um bom resultado!
Apesar da concorrência de mais seis candidatos ao Palácio
do Plateau, Gilson Alves diz-se está satisfeito com os sinais recebidos nesta campanha e mostra-se igualmente confiante num bom resultado, que “seria a vitória nas eleições de 17 de Outubro”.
“Estou convencido de que se ao longo desta campanha a mensagem for transmitida de forma normal, as pessoas irão absorvê-la rapidamente e acordarão de forma súbita. Porém, a força não está nas minhas mãos, mas sim nas do povo”, admite.
Por isso, caso perca no dia 17 de Outubro, Gilson Alves diz que assumirá prontamente as suas responsabilidades, mas não entrando nunca num sistema político no qual não acredita.
“Continuarei na política defendendo exactamente os mesmos ideais que tenho defendido. E, é por isso, que povo tem-me ouvido e os jovens têm marchado comigo”, afirma.
Após a primeira semana da campanha presidencial nas ilhas de São Vicente e de Santo Antão, Gilson Alves garante que as pessoas estão cativadas com a ideia de um regime presidencialista com “poder absoluto”, como sendo o único capaz de resolver os problemas de Cabo Verde.
Carlos Alves