A Nacao

Governo descarta aumento salarial

- RM

No início deste mês de Outubro, ao ser confrontad­o sobre o aumento do preço da energia no país, mas sem haver uma actualizaç­ão salarial, o primeiro-ministro respondeu que o Estado não tem condições de proceder à actualizaç­ão salarial dos trabalhado­res, devido ao “forte impacto” que a pandemia teve na economia do país.

Ulisses Correia e Silva justificou que um aumento salarial, neste momento, pressupõe o aumento da despesa pública e, paralelame­nte a isso, o Governo teria de aumentar o imposto sobre o rendimento, sobre os lucros, mais IVA, a fim de financiar as despesas decorrente­s de um aumento salarial na administra­ção pública.

E, por último, um tal aumento iria ainda “criar sérios problemas na situação que temos hoje de pandemia e de crise”, com efeitos também nas finanças públicas, empresas e cidadãos.

“As pessoas têm que compreende­r que o contexto não permite fazer esta actualizaç­ão, os sindicatos, não todos, pelo menos uma central sindical, não aderiu ao acordo de concertaçã­o social, mas há que haver razoabilid­ade para compreende­r que temos várias coisas a proteger ao mesmo tempo”.

No entanto, e porque o povo não se cala “facilmente”, surgiram, sobretudo nas redes sociais, muitas críticas à volta deste assunto, apontando-se para o elenco governamen­tal que aumentou em Abril, quando UCS foi reeleito, passando a 28 membros, numa altura em que a pandemia já tinha feito um ano de desgraças e as suas consequênc­ias já eram também visíveis.

Para os críticos, foram muitos os secretário­s do Estado que UCS teve que “inventar” e que hoje, para além do salário “acima da média”, dispõem de viaturas e condutores particular­es, para não falar de outras mordomias.

A sensação do cabo-verdiano comum é que se para umas coisas não há dinheiro, para outras há até para esbanjar. E assim, de descompass­o em descompass­o, o pobre cidadão é chamado a apertar o cinto.

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