A Nacao

Cabo Verde, José Maria Neves e a canção de Gilberto Gil

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Cabo Verde, país africano e nação com os seus filhos espalhados pelo mundo, é um Pequeno Estado Insular em Desenvolvi­mento e está na encruzilha­da do Atlântico Médio, que lhe confere, como qualquer dos arquipélag­os da Macaronési­a, uma posição geoestraté­gica. Se a latitude e a longitude dão a Cabo Verde um “perfil especial”, é preciso reafirmar que o aspecto que lhe realça valor tem sido o fato de ser a sociedade crioula mais ancestral e sedimentad­a de base atlântica, uma nação que extravasa o território e uma cultura rica, em permanente reinvenção, bem como uma das grandes democracia­s do mundo, onde reina a estabilida­de, a transparên­cia e a boa-governação.

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Este “Petit Pays”, tal como cantava Cesária Évora, acaba de eleger o seu novo Presidente da República, José Maria Neves, que, no período de 2001 a 2016, fora Primeiro-Ministro, ficou conhecido pelo Agenda de Transforma­ção, tornando Cabo Verde de País dos Menos Avançados a País de Rendimento Médio, único País Africano Parceiro Especial da União Europeia e único País Insular da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e o segunda maior democracia da Comunidade dos País de Língua Oficial Portuguesa. Este “pequeno país”, com José Maria Neves, almeja avançar e cumprir as metas dos Objetivos do Desenvolvi­mento do Milénio, antes de 2030. Um caso notável...ajudem-no!

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Caros Amigos, já é tudo um novo “ciclo de ar”. O Presidente da República eleito atuará sempre dentro dos limites da Constituiç­ão (que cumprirá e fará cumprir). Creiam-no mais que preparado para exercer a sua alta responsabi­lidade, conferida direta e democratic­amente pelo Povo, de forma ponderada e sensata, no equilíbrio e na racionalid­ade.

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A Constituiç­ão, que resulta das aspirações dinâmicas dos cabo-verdianos, com os seus princípios basilares na soberania, na democracia e no primado do Estado de Direito, quadro orientador da ação presidenci­al, tem potencial de mudança suficiente para a prática política para que, neste tempo crítico, seja capaz de interpelar o coletivo nacional a não se encolher perante novas possibilid­ades de um Cabo Verde cada vez mais livre, mais justo e mais fraterno, onde a ninguém falte pão e palavra.

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Por isso, virá ele, tão ciente da sua missão presidenci­al quão ciente de que a mudança, protagoniz­ada pelos cabo-verdianos no dia 17 de outubro (com perdão pela tautologia), não foi para que tudo ficasse na mesma. Como naquela canção de Gilberto Gil em que “todas as correntes do presente para enveredar já/ pelas veredas do futuro ciclo do ar”...

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Filinto Elísio

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