Carroça à frente dos bois
O vice-primeiro-ministro garantiu, na ilha do Maio, na semana passada, que o Governo está a trabalhar “a todo vapor” para que os projectos privados, incluindo o ‘Little África Maio’, venham a ser concretizados para o benefício das populações.
Olavo Correia, que é também responsável pela pasta das Finanças, refutou, assim, informações veiculadas pelo A NAÇÃO, há duas semanas, segundo as quais o projecto ‘Litte África Maio’ corre risco de não sair do papel, à semelhança de vários outros existentes e espalhados pelo país.
O ‘Little África Maio’, disse o VPM, é de cariz privado, mas ressalvou que ainda este mês vai ser levado à Assembleia Nacional o projecto de lei que cria a zona económica especial e o centro internacional de negócio da ilha Maio para aprovação.
Com essa lei, adiantou igualmente, será criado o enquadramento jurídico e legal para que o referido mega-empreendimento, além de outros, venham a ser edificados na ilha nos próximos tempos.
“Portanto, nós estamos a trabalhar a todo o vapor em relação aos projectos privados que podem ser montados aqui na ilha do Maio, portanto, aquela informação na parte do Governo não pode corresponder minimamente a verdade”, reforçou Correia.
Caso para se perguntar: se o arranque do ‘Little África Maio’ está dependente da aprovação, no Parlamento, da lei que cria a zona económica especial e o centro internacional de negócio da ilha Maio, como é que, em Dezembro de 2020, a convenção de estabelecimento desse projecto foi assinado por ele, Olavo Correia, e pelo sócio gerente e fundador da empresa International Holding Cabo Verde, Lda, Enrique Bañuelos de Castro?
Isto num acto, note-se, presenciado pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, do ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, e do secretário de Estado para as Finanças, Gilberto Barros.
Depois da assinatura dessa convenção de estabelecimento, a 24 de Abril de 2021, no dia da apresentação pública desse megaprojecto, foi assumido um compromisso entre as partes que as obras deveriam arrancar no dia 1 de Julho do mesmo ano. Volvidos mais de nove meses, não há qualquer sinal do arranque das obras.
Diante das novas declarações de Olavo Correia, A NAÇÃO procurou ouvir o presidente da Câmara Municipal do Maio, que semanas atrás se mostrou altamente preocupado com o arrastar de determinados projectos para a sua ilha, com realce para o ‘Little África Maio’. Porém, ao contrário da vez anterior, Miguel Rosa preferiu desta feita ignorar as nossas tentativas de contacto.