Transição energética no país
“Apesar dos investimentos já feitos no campo das energias renováveis, Cabo Verde ainda depende fortemente dos combustíveis fósseis (gasóleo, gasolina, gás metano, entre outros)”, diz Marco Cruz.
Com recurso às fontes alternativas (vento e sol), prevê-se que em 2030 a produção de energia seja 50% renovável e em 2040 cerca de 100% seja renovável, incluindo a mobilidade eléctrica.
O dono da Prosol considera que as metas estabelecidas pelo Governo são bastante ambiciosas, mas salienta que é importante acelerar o processo de transição energética, no que defende uma política mais forte e acertiva, sob pena de em pouco tempo o plano previsto ficar desaactualizado.
“Há cerca de 10 anos que foi realizado um investimento em parques eólicos com o intuito de reforçar a energia eólica que permitiu a transição de uma taxa de penetração de 5% para 20% renovável na rede eléctrica, mas tem de haver continuidade de investimento, caso contrário, o consumo de energia eléctrica vai aumentando e esse 20% vai diminuído, deixando de ter qualquer impacto”.
E, para que tal não aconteça, entende que a solução passa por resolver as questões de base e continuar a apostar em várias frentes.
“A transição energética no país envolve questões de base que devem ser resolvidas, primeiramente a regulação deve funcionar como deve ser, igualmente há que realizar uma campanha muito forte para diminuir as perdas de energia e apostar em várias frentes”, afirma.
“O problema é que quando estamos a falar de um país com uma taxa de 100% de penetração energia renovável na rede eléctrica, ou seja, toda a energia eléctrica fosse oriunda de energias renováveis, ainda assim, seria difícil falar num país renovável porque temos carros a utilizar combustíveis fósseis, continuamos a cozinhar a gás, ainda há empresas que usam muito gasóleo para produzir”, sublinha Marco Cruz, finalizando que, para além de atacar em vários sectores, parte dos desafios que se colocam ao sector energético depende também do sucesso da concecionária Electra.