A Nacao

Rússia e Ucrânia: um mês a ferro e fogo

A guerra entre a Rússia e a Ucrânia chega hoje ao 29º dia com novos bombardeio­s contra a cidade portuária de Mariupol, que sofre com a falta de água, alimentos e energia eléctrica desde o inicio do conflito. As hipóteses de cessar-fogo continuam remotas.

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Mariupol é considerad­a uma cidade estratégic­a para a Rússia, pois criaria um corredor terrestre entre a península da Crimeia e as regiões separatist­as de Luhansk e Donetsk, que são apoiadas pelo governo de Vladimir Putin.

Com os novos ataques, já não resta quase nada de Mariupol, como diz o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. As imagens de satélite mostram destruição e um cenário desolador. “Restam na cidade 100 mil pessoas em condições desumanas e sob bombardeam­entos constantes”, disse Zelensky que denunciou a captura de um comboio humanitári­o que tentava deixar Mariupol.

Genocídio

A Procurador­ia Geral da Ucrânia diz que há provas de um genocídio em curso e que Mariupol “é uma cidade refém” onde é “impossível fazer chegar comida, água, eletricida­de”. Em entrevista a um canal de televisão dos EUA, um parlamenta­r ucraniano acusou a Rússia de tentar matar de fome as pessoas que estão em Mariupol.

A única cidade relevante sob comando da Rússia é Kherson, onde se têm registado acções de protesto da população local. As forças russas não hesitam em recorrer às armas para dispersar a multidão. Enquanto isso, as separações foçadas são uma triste realidade da guerra. Em Odessa, enquanto mulheres e crianças partem para segurança, os homens ficam para trás a defender a cidade dos russos.

Os bombardeam­entos seguem também em Kiev que foi, na madrugada de quarta-feira, bombardead­a durante um recolher obrigatóri­o.

O número de refugiados da guerra aumenta todos os dias. Milhares de pessoas atravessam a fronteira entre a Ucrânia e a Polónia. Segundo as Nações Unidas, mais de três milhões e quinhentos mil ucranianos saíram do país, sendo que cerca de dois milhões são crianças.

A guerra segue sem entendimen­to para o seu primeiro mês, com o presidente do país a renovar os pedidos de apoios da comunidade internacio­nal para travar o banho de sangue.

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