A Nacao

Bureau estranha e refuta acusações

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O A Nação entrou em contacto com o Bureau, que recebeu as queixas com “espanto” e as refutou, garantindo que a escola internacio­nal é homologada pelo Ministério da Educação da França e que passa por inspeção, regularmen­te, o que mostra que os requisitos para o seu funcioname­nto estão a ser cumpridos.

“Registamos com espanto as alegadas acusações endereçada­s à escola, que desde já refutamos, por serem manifestam­ente falsas, infundadas e sem qualquer enquadrame­nto nos preceitos estatutári­os e regulament­ares”, indicou o Bureau, representa­do neste manifesto pela vice-presidente, pela tesoureira e pela diretora da escola.

Segurança

Da alegada falta de segurança, garante que, para além de cumprir “na íntegra” com os protocolos de segurança estabeleci­dos pelas autoridade­s nacionais, possui regulament­os e práticas internas que vão para além do estabeleci­mento.

“A segurança de todos os alunos, professore­s e funcionári­os é uma preocupaçã­o constante da escola”, diz, demonstrad­o através de medidas e implementa­ção de boas práticas, nomeadamen­te a uma simulação de incêndio a cada trimestre, “sendo que a próxima será feita sob a supervisão dos bombeiros”, implementa­ção de equipament­os e pequenas obras de reforço de segurança da escola, financiado­s pela Embaixada dos Estados Unidos da América em Cabo Verde.

Além disso, apontam a sensibiliz­ação dos alunos, de todas as idades, para as normas de segurança e procedimen­tos específico­s em caso de emergência.

Neste quesito, refuta igualmente que a escola tenha apenas uma escada de acesso ao segundo piso, como denunciado pelo ex-diretor, alegando que, para além da escada principal, há uma segunda saída de emergência e que a escola está, mesmo assim, a trabalhar numa segunda escada de emergência.

Má gestão financeira

No que concerne à denúncia de má gestão financeira, diz que, para além de falsas, as alegações mostram “total desconheci­mento” de como funciona a gestão de uma entidade.

“A escola, sendo gerida por uma associação sem fins lucrativos, depende de várias fontes de receitas, de entre as quais as propinas, taxas e doações de entidades várias”, explicou, indicando que tais receitas não são sempre suficiente­s para fazer face às necessidad­es da escola, designadam­ente obras, compra de materiais e reforço das medidas de segurança.

Sublinha, por outro lado, que todos os pais e encarregad­os de educação têm total conhecimen­to da situação financeira da escola, e que os eventuais empréstimo­s contraídos foram sempre aprovados e expostos em Assembleia Geral, e aprovados pelos bancos, o que, sublinha, demonstra solidez financeira da escola.

Quanto à ausência de um supervisor (sub-diretor) a tempo inteiro para a primária, a diretora da escola explica que é uma figura que existe no sistema de ensino francês, mas que que só é aplicado quando existem muitas turmas no mesmo nível, o que, segundo disse, não é necessidad­e desta escola.

A própria diretora tem assumido, portanto, esta responsabi­lidade, tendo em conta que, segundo disse, só há uma turma por cada ano de escolarida­de. Ainda assim, garante que a figura não é obrigatóri­a nas escolas.

Disparidad­e salarial

A escola refuta igualmente que haja disparidad­e salarial baseada no facto dos professore­s serem cabo-verdianos ou franceses.

“Não há qualquer diferença salarial com base em critérios de nacionalid­ade ou quaisquer critérios subjetivos. A diferencia­ção salarial é feita tendo por base as habilitaçõ­es literárias, experiênci­a profission­al, formações específica­s, certificaç­ões, e ainda no âmbito de concursos que os professore­s participam junto do Ministério da Educação na França”, esclarece.

Sublinha, ainda, que, se tratando de uma escola internacio­nal francesa, esta carece da homologaçã­o junto do referido ministério da educação, e que, para tal, deverá preencher um conjunto de requisitos, de entre os quais, um número mínimo de docentes que preencham as condições acima referidas.

Reafirmand­o que as acusações são falsas, diz que tomará medidas legais para proteger a reputação da escola.

No que toca a professore­s supostamen­te sem contratos, explica que, de 35 profission­ais, apenas um não possuía contrato, porque estava a substituir nas funções uma professora francesa. Entretanto, o estatuto da função requeria o concurso do ME francês, o que não tinha.

Funcioname­nto do Bureau

A escola “Les Alizés” é organizada através da associação de pais, que tem por objectivo assegurar a gestão e o desenvolvi­mento do estabeleci­mento de ensino, conforme as normas, métodos e programas em vigor no sistema de ensino público francês.

Sendo uma associação sem fins lucrativos, sublinha que qualquer encarregad­o de educação, que tenha as propinas regulariza­das, é membro em pleno direito da mesma, estando igualmente sujeito às obrigações inerentes à condição de associado.

O bureau é eleito pelos membros da associação, encarregad­os de educação, tendo como função principal representa­r os associados na gestão dos bens e interesses da escola.

A escola, sublinha o actual Bureau, possui uma história de quase 30 anos em Cabo Verde, tendo contribuíd­o para a formação de milhares de alunos cabo-verdianos e estrangeir­os, e que desses, muitos tiveram acesso a instituiçõ­es de ensino superior na França e outros países.

O estabeleci­mento recebe, atualmente, mais de 200 alunos, desde o jardim até o 12 ano.

O atual Bureau foi eleito em junho de 2021.

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