AAC reforça o cerco à Bestfly
A Agência de Aviação Civil (AAC) voltou a impedir um avião da Bestfly de levantar voo, ao que tudo indica, por alegado incumprimento da lei aeronáutica no país. O episódio aconteceu na segunda-feira, na Praia, deixando a nu as dificuldades dessa companhia angolana em adequar-se às regras em vigor em Cabo Verde no capítulo do transporte aéreo.
A Bestfly, única companhia área a operador nas linhas domésticas do país, continua a dar sinais de alguma precariedade nas suas acções em Cabo Verde. Na segunda-feira, 28, ao final da tarde o seu ATR, com matrícula D2, de Angola, foi impedido de decolar do aeroporto da Praia pela Agência de Aviação Civil de Cabo Verde (AAC).
Em causa estarão medidas corretivas solicitadas pela AAC, não implementadas pela companhia, medidas essas que, apesar das tentativas do A NAÇÃO, não foi possível esclarecer junto do Regulador nem da visada.
Esse episódio surge poucos dias depois de, em comunicado oficial, a ter esclarecido por os motivos pelos quais o avião Embraer 190 da Bestfly não ter sido ainda certificado por não cumprir os requisitos solicitados.
Acções corretivas por aplicar
O certo é que, segundo uma fonte bem posicionada do A NAÇÃO, no episódio de segunda-feira, a aeronave em causa preparava-se para decolar da placa do aeroporto da Praia, quando foi impedida pela AAC.
Ao que apuramos, em causa está o facto de a companhia não ter aplicado “acções correctivas” solicitadas em auditorias e inspecções feitas pela AAC, para que a aeronave esteja em conformidade com as regras da aviação civil nacional. Até novas ordens, ou seja, até que as referidas medidas sejam implementadas, o avião está proibido de decolar e com isso de operar em Cabo Verde.
Recorde-se que esta não é a primeira vez que a Bestfly tem problemas com aeronaves, nomeadamente avarias. Uma delas, a mais mediática, aconteceu mais ao menos por ocasião do Festival de Santa Maria no Sal, em que o país chegou a estar várias horas sem ligações aéreas inter-ilhas.
Embraer – 190 continua no chão
Por resolveu continua o caso do Embraer 190, de médio e longo curso, que há vários meses aguarda pela devida certificação da AAC. Na semana passada, face às pressões da Bestfly, essa Agência teve a necessidade de esclarecer publicamente, em comunicado oficial, os motivos dessa não autorização ainda.
A AAC fez saber que aquela transportadora não tinha entregue todos os documentos solicitados para a obtenção do OAC (certificado de operador aéreo para voar em Cabo Verde), conforme publicado na edição número 795 do A NAÇÃO.
Na sequência desse braço de ferro, o diretor-geral da Bestfly, revelou a este semanário que a companhia iria retomar o processo de certificação da aeronave.