Atum, papaia e banana, entre os produtos locais nos resorts
Marco Rodrigues, director–geral do Karamboa, garante que, neste momento, há uma parte do consumo alimentar do hotel que é abastecido por produtos locais, como o atum fornecido por frota pesqueira do país. “Já há um acordo com umas empresas de pesca, em Cabo Verde”, garante. Também a fruta, como papaia e banana, “maioritariamente”, vem de Santiago, no entanto, garante, “não é o suficiente” para colmatar as necessidades no hotel, que estava, por ocasião da nossa reportagem, com 1500 hóspedes diários.
A água de mesa também é local, Trindade e a cerveja, igualmente. “A cerveja é Strela. Não conheço os números da Strela, mas, seguramente, somos um dos clientes mais importantes, sim”.
Aumentar produção
Questionado sobre o que é preciso para termos ainda mais produtos locais cabo-verdianos nos resorts, esse responsável é determinante. “É preciso que o mercado tenha capacidade e produção, ou seja que a frota pesqueira consiga ter mais capacidade de pesca e a fruta tenha mais capacidade de produção, basicamente”.
O director-geral do Karamboa garante que 95% dos funcionários são nacionais locais, e os restantes senegaleses, e que todos os chefes de departamentos são cabo-verdianos. “A empresa tem uma política interna, que é cargos de chefia tem que ser produto da casa, ou seja, as pessoas entram e quem apresentar características de liderança é promovido a chefe, essa é a promoção interna”.
95% mão de obra local
Com a abertura do Karamboa, depois da remodelação, orçada em 50 milhões de euros, a empresa teve de incorporar cerca de 200 novos funcionários, para além dos que já tinha, sendo que, no momento, tem 420 trabalhadores As obras de requalificação permitiram um upgrade para 968 quartos, ou seja, mais 112 do que os registados antes das intervenções, aumentando a capacidade de oferta e o consumo, naturalmente.
O principal mercado emissor é o inglês (60% mais ou menos), seguido do alemão com 18 a 20%. “Todos os restantes variam um bocado do verão para o inverno. No verão temos mais portugueses que não vêm no inverno e esse mercado é colmatado pelos escandinavos no inverno. O holandês e o mercado da Benilux representam cerca de 10%”. O mercado da República Checa e da Eslováquia começa a dar sinais e “aparecer” também na Boa Vista.
Reservas de Natal e fim de ano próximas de outros anos
Desde que abriu portas há cerca de um mês, o Karamboa, por exemplo, já está com uma taxa de ocupação de 80%. “É a meta que esperamos ter no próximo ano. O primeiro trimestre do ano apresenta boas perspectivas e iremos ver como é que acontece...”, perspectiva. Quanto às reservas de Natal e fim de ano também já são razoáveis. “Dezembro já está com uma procura muito alta sim, vai superar os 80%”. Antes da pandemia rondava os 98/99%, no final do ano, mas este ano ainda não se atingiu essas metas. “Mas, pela procura que estamos a ter no mercado, iremos ou chegar ou ficar perto”, concluiu.