A Nacao

BCE ameaça continuar a subir juros durante três anos ou mais

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A zona euro já deve estar em recessão, mas Cristine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, prevê que inflação fique acima de 2% até 2025, o que dá a esse organismo argumentos para continuar a aumentar muito as taxas de juro e os custos do crédito por outras vias.

As famílias, as empresas e os Estados mais endividado­s (caso de Portugal, nosso principal parceiro comercial) vão ter anos bastante complicado­s até 2025 ou mesmo 2026, de acordo com várias indicações deixadas pelo Banco Central Europeu (BCE) e Christine Lagarde, que apontam para uma inflação acima da meta dos 2% em 2025, mas com a economia a regressar a um cresciment­o próximo de 2% em 2024 e 2025.

De acordo com dinheirovi­vo.pt, vários analistas especializ­ados na leitura do oráculo do BCE afirmam que, se a inflação prevista para a zona euro persiste acima da meta de 2%, mas se estas mesmas projeções indicam também que a economia aguenta com um cresciment­o próximo de 2%, então parecem estar reunidos os argumentos para suportar muitas e fortes subidas de taxas de juro ao longo dos próximos três anos ou mais.

E não tem de ser só por via das taxas. O preço dos empréstimo­s e do crédito público também pode continuar a aumentar por via do agravament­o dos custos do financiame­nto cobrados a bancos, governos e empresas através dos vários programas de cedência de liquidez e de compra de ativos (como obrigações do tesouro).

O tom é duro e serve de aviso às famílias que têm prestações para pagar ao banco, aos Estados que devem montanhas de dinheiro aos mercados e aos bancos, às empresas que têm investimen­tos preparados e que precisam de crédito para os acionar e às que precisam de crédito para ter liquidez e sobreviver à actual crise cuja tendência é para piorar.

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