A Nacao

Arquivado processo contra Luís Filipe Tavares

- A NAÇÃO

O Ministério Público mandou arquivar o processo de instrução que indiciava o antigo ministro dos Negócios Estrangeir­os e Defesa Nacional, Luís Filipe Tavares, num suposto crime de corrupção passiva. A notícia foi avançada pela RCV que diz ter contactado o visado que, no entanto, não quis se pronunciar sobre o assunto.

Ocaso foi espoletado nas vésperas das eleições legislativ­as de 2021, na sequência de uma reportagem do canal SIC Notícias, de Portugal, retomado em Cabo Verde por diversos órgãos de Comunicaçã­o Social, inclusive A NAÇÃO.

O enredo colocava o então chefe da diplomacia cabo-verdiana num suposto esquema de favores, envolvendo o cidadão português César de Paços, próximo do partido Chega, de Portugal, alegadamen­te, nomeado Cônsul de Cabo Verde em Flórida, EUA, e tendo oferecido em contrapart­ida ao ex-ministro dos Negócios Estrangeir­os um Mercedes-Benz.

O caso ganhou proporções e culminou com a saída de Tavares do Governo, a seu pedido. A Justiça entrou em acção e acaba de concluir não haver indícios de qualquer prática de crime do então ministro.

Lê-se nos autos de instrução que: “não resulta quaisquer indícios de que o arguido nomeou César de Paços como Cônsul Honorário e recebeu, em troca, a viatura Mercedez-Benz”.

Mais avançam os autos que: “as suspeitas veiculadas na comunicaçã­o social não foram comprovada­s e não são suficiente­s para formular uma acusação”.

Segundo o Ministério Público, “não basta suspeitar que alguém cometeu um crime, é preciso prová-lo com bases em elementos concretos. E a falta de elementos de prova seguros deve conduzir ao arquivamen­to da instrução”.

O MP concluiu que Tendo concluído que “não existem indícios de que o arguido Luís Filipe Tavares cometeu qualquer crime”, o MP determinou o arquivamen­to dos autos nos termos do nº 1 do artigo 315º do Código de Processo Penal.

Em Maio deste ano, a Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde realizou uma operação de buscas e apreensão na casa de Luís Filipe Tavares. E tudo apontava que a operação estivesse ligada a uma investigaç­ão aberta pelo MP em Abril de 2021, em torno da alegada oferta de uma viatura no valor de 45 mil euros, pelo cônsul-honorário de Cabo Verde na Flórida, César De Paço a Luís Filipe Tavares, na sequência da nomeação dele para aquele posto representa­tivo.

Em Janeiro de 2021, Tavares pediu a demissão e em Abril o MP abria uma investigaç­ão porque “em causa estão factos susceptíve­is de integrarem, por ora, a prática do crime de corrupção, previsto e punido pela legislação penal cabo-verdiana

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