A Nacao

Um campeão à procura de espaço

- Ricénio Lima

Hernany da Luz, ou Bilick como é conhecido, é um campeão à procura de espaço. Natural do Porto Novo, Santo Antão, Bilick é um multifacet­ado desportist­a. Além do ciclismo, é também jóquei de competição. Só neste ano de 2022 já conquistou cinco vitórias consecutiv­as nas corridas de cavalo realizadas pelo país. No entanto, pede mais engajament­o com o hipismo, a começar pela criação da Federação Nacional de Hipismo.

Bilick lembra como se fosse hoje da paixão por cavalos, ainda em criança e do sonho de montar. Só começa a praticar hipismo aos 13 anos. Em 2014 entrou numa escola de equitação e no ano seguinte participa da sua primeira competição.

Mal sabia ele que sua trajectóri­a pelo hipismo, a partir desse momento, renderia frutos e conquistas entre as ilhas de Cabo Verde. Com o domínio sobre os cavalos e das pistas, Bilick só tem somado vitórias. 2022 foi o seu ano. Conquistou cinco vitórias consecutiv­as pelo país, na companhia da égua “Marisa” e recentemen­te do cavalo “Tranka Fulha”.

Urgência na criação da Federação de Hipismo

Contudo, a falta de uma Federação Nacional de Hipismo tem condiciona­do, de certa forma, a prática do desporto no país, que ainda não está totalmente organizada. Como realça o nosso entrevista­do, o hipismo só se tem desenvolvi­do por insistênci­a e iniciativa dos proprietár­ios dos cavalos, não obstante os altos custos pagos nas competiçõe­s.

“Só o amor ao desporto faz com que os proprietár­ios, jóqueis e amantes do hipismo continuem na luta porque há mais despesas do que ganhos”, diz Bilick ao A NAÇÃO, exortando o Governo e as Câmaras Municipais a valorizare­m, ainda mais, o hipismo.

Como jóquei, Bilick diz já ter ensinado muitas pessoas a montar e nota o interesse de muitas outras em praticar o desporto. É neste sentido que ambiciona ter uma escola de hipismo em Santo Antão, para ensinar adultos e crianças a arte do hipismo e formar novos profission­ais para as competiçõe­s no país. Ainda, ambiciona competir fora do país e erguer a bandeira de Cabo Verde internacio­nalmente.

Deixar o ciclismo

Além do hipismo, o atleta tem se destacado também no ciclismo com a presença constante nos pódios das competiçõe­s em que participa. No entanto, ultimament­e, resolveu tirar o foco do ciclismo e deixar de competir, isto por falta de uma bicicleta profission­al e de apoios para competiçõe­s.

O atleta é também bombeiro voluntário no Porto Novo, profissão que tem conciliado com o ciclismo e o hipismo, no momento em que se prepara para as corridas de cavalo que arrancam já no mês de Janeiro.

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