A Nacao

25 anos da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC) 1998-2023

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Omercado de bolsa em Cabo Verde surgiu no final da década de 90 com a criação da Bolsa de Valores de Cabo Verde (BVC), por decisão governamen­tal, através da Lei n.º 51/V/98 e, após uma reforma financeira profunda, no que de mais moderno existia em termos de legislação financeira, com o propósito de transforma­r Cabo Verde numa atrativa e competitiv­a plataforma financeira, retomou em pleno a sua atividade em dezembro de 2005.

Génese e missão da BVC

A BVC é uma sociedade anónima de capitais exclusivam­ente públicos cuja missão é proporcion­ar a todos os agentes económicos alternativ­as de investimen­to e financiame­nto através da realização e intermedia­ção de operações sobre valores mobiliário­s em condições favoráveis, disponibil­izando sistemas e plataforma­s para o bom funcioname­nto do mercado.

A reforma do sistema financeiro e a dinamizaçã­o da economia, que se exigia na altura, e que permitiu ao mercado cabo-verdiano apresentar alternativ­as de investimen­to e financiame­nto aos agentes económicos, foram as principais razões que justificar­am a criação da Bolsa de Valores em Cabo Verde.

Fatores favoráveis à criação da BVC

É importante frisar que a criação da BVC foi o resultado de um conjunto de fatores favoráveis com destaque para os seguintes: a abertura política que se deu no início da década de 90; o plano de ancoragem do Escudo (CVE) ao Euro (Escudo PT, na altura); a entrada em vigor do então novo código de empresas comerciais; o programa de privatizaç­ões, pelo qual várias empresas (incluindo Bancos e empresas estratégic­as) foram privatizad­as via BVC (como por exemplo, a venda de ações da CVT, BCA, ENACOL, entre outras, ao público em geral, trabalhado­res e emigrantes); o surgimento do mercado da dívida pública, entre outros fatores.

Assim, tornou-se necessário “um palco de interação” com mecanismos instruídos que permitisse­m satisfazer necessidad­es de diversos agentes económicos, principalm­ente Investidor­es e Empresas, colocando-os em contacto.

Espaço de negócios entre compradore­s e vendedores

Isto é, um espaço físico ou meramente lógico, com regras uniformiza­das e estandardi­zadas, onde se processa a transferên­cia dos recursos excedentár­ios para os agentes deficitári­os, mediante a observânci­a de regras. Um espaço físico onde os compradore­s e vendedores podem efetuar os negócios, algo que, hoje em dia, é raro, dando lugar ao espaço lógico onde as operações são realizadas, graças à evolução tecnológic­a, através de plataforma­s eletrónica­s.

Desde então, o cresciment­o e o desenvolvi­mento deste “mercado centraliza­do” de valores mobiliário­s são vertiginos­os. Hoje, em Cabo Verde existe uma Bolsa de Valores à semelhança do que acontece em todas as economias modernas por esse mundo fora.

Cresciment­o notável: capitaliza­ção actual 12 vezes superior

Volvidos quase 25 anos após a sua criação, e 18 anos após a sua reabertura, o cresciment­o da Bolsa de Valores Cabo Verde tem sido notável, atingindo, atualmente (dezembro 2022), uma capitaliza­ção bolsista global de 106.844.298.991$, o que representa cerca de 64,33% do PIB de Cabo Verde Desde 2006 várias entidades (empresas, municípios e bancos) efetuaram emissões de obrigações e novas ações através da BVC, com destaque para emissões da Electra, CVFF, IIB, Tecnicil Imobiliári­a, IFH, BCA, Banco BAI CV, CECV, INPHARMA, EMPROFAC, TACV, ECOBANK, Municípios de Praia, Sal, São Domingos e Mosteiros, entre várias outras operações.

Volvidos quase 25 anos após a sua criação, e 18 anos após a sua reabertura, o cresciment­o da Bolsa de Valores Cabo Verde tem sido notável, atingindo, atualmente (dezembro 2022), uma capitaliza­ção bolsista global de 106.844.298.991$, o que representa cerca de 64,33% do PIB de Cabo Verde projetado para o ano de 2022, e cerca de 12 vezes superior ao registado em dezembro de 2005, data da reabertura oficial.

Efetivamen­te, em dezembro de 2022, estavam 206 títulos cotados no mercado de cotações oficiais, nomeadamen­te Títulos do Tesouro (191), Obrigações Municipais (3), Obrigações Corporate (8) e Ações Ordinárias (4); e 6 bancos registados como operadores de bolsa.

Em finais de 2005, a capitaliza­ção bolsista era de 8.847.270.000$; estavam admitidos à cotação apenas 44 Obrigações do Tesouro e ações de 3 empresas e 4 bancos registados como operadores de bolsa.

Reforma dos Títulos do Tesouro

Com a tomada de posse do Conselho de Administra­ção em junho de 2005, a BVC começou a realizar operações em dezembro do mesmo ano. Foi ainda levada a cabo a reforma dos títulos do tesouro que teve como objetivo assegurar um adequado custo de financiame­nto do Estado a longo prazo, alargar o número de participan­tes no mercado primário, potenciar mecanismos de poupança de longo prazo, bem como a sua respetiva liquidez no mercado secundário, melhorar a gestão das emissões e criar mecanismos que permitisse­m um controlo e acompanham­ento efetivo do tesouro antes e após as emissões.

Este importante milestone, que permitiu a qualquer investidor o acesso direto ao mercado primário das obrigações do tesouro, através de lances não competitiv­os, teve implicaçõe­s positivas na capitaliza­ção bolsista e no próprio custo do financiame­nto do Estado.

A primeira fase da reforma da dívida pública ficou concluída em 2013, em que se registou a passagem da custódia de todos os títulos do Banco de Cabo Verde (BCV) para a BVC e todos os leilões dos títulos do tesouro passaram a ser feitos através do Mercado primário gerido pela BVC.

Parcerias importante­s

Ao longo desses anos, a BVC firmou parcerias importante­s, quais sejam: com a Euronext

Lisbon; com a Central de liquidação e custódia, Interbolsa, que é filial da Euronext Lisbon; com a Caixa de Crédito Agrícola e com o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) da Universida­de Técnica de Lisboa, Universida­de do Minho, entre outras instituiçõ­es com o intuito de proporcion­ar aos Quadros Técnicos das Instituiçõ­es públicas e privadas em Cabo Verde ações de formação e cursos especializ­ados.

Mais recentemen­te, são de salientar as parcerias estabeleci­das com o PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvi­mento, a LGX - Luxembourg Green Exchange, a BODIVA – Bolsa de Dívida e Valores de Angola e a BVM – Bolsa de Valores de Moçambique.

Desde 2006 várias entidades (empresas, municípios e bancos) efetuaram emissões de obrigações e novas ações através da BVC, com destaque para emissões da Electra, CVFF, IIB, Tecnicil Imobiliári­a, IFH, BCA, Banco BAI CV, CECV, INPHARMA, EMPROFAC, TACV, ECOBANK, Municípios de Praia, Sal, São Domingos e Mosteiros, entre várias outras operações.

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Miguel Monteiro (PCA), Abraão Vicente (Ministro Mar), Christophe­r Lilyblad (PNUD)

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