Gosto e hábito pela leitura tem aumentado para a satisfação da Biblioteca Nacional
Para a curadora da Biblioteca Nacional de Cabo Verde (BNCV), Matilde Santos, o facto de os livros infantis serem dos mais vendidos em 2022, pela livraria dessa instituição, é motivo de satisfação, mas também de alerta para o cuidado que esse género deve merecer. Nomeadamente, dos pais e encarregados de educação, mas também dos decisores políticos.
A mesma avança que, “curiosamente”, ao longo das feiras realizadas pela BNCV, as diferentes ilhas e concelhos, as crianças, no geral, mostraram-se muito interessadas pela leitura.
“O caso mais curioso, que gosto de frisar, é o de São Filipe, na ilha do Fogo, de uma criança que passou pela feira durante todos os dias, inclusive um dia anterior antes do arranque, para poder ler os livros expostos, tendo em conta que não podia comprar todos eles”, conta.
“Os jovens lêem, mas talvez não aquilo que nós, adultos, gostaríamos que eles lessem. Através dos vários suportes eles estão a ler muito mais do que que nós pensamos. Sendo assim, precisamos orientá-los e ajudá-los mais no sentido de melhorarem a qualidade da sua leitura, fazendo com que leiam por prazer”, explica.
Fora isso, Matilde Santos acredita que “as pessoas estão a aperceber-se da importância do livro, nas nossas vidas”. Pois, como afirma, “independentemente da área que a gente venha a escolher para seguir no futuro, o livro tem um peso extraordinário na nossa vida”.
Entretanto, dando prosseguimento à sua política de reeditar os clássicos, depois de “Chiquinho”, “Contra Mar e Vento”, “Chuva Braba”, “Os Flagelados do Vento Leste” e “Famintos”, a Biblioteca Nacional pretende, em 2023, publicar “O Ilhéu de Contendas”, de Teixeira de Sousa, há muito esgotado.