A Nacao

Trakinuz, como nunca antes visto

- Natalina Andrade

Carrega orgulhosam­ente as suas raízes, trazidas lá dos Picos, concelho de São Salvador do Mundo, mantém-se fiel a si mesmo, mas abre asas para o Mundo, ao explorar novas sonoridade­s, para lá do Rap, seu estilo habitual. Trakinuz aparece agora numa versão nunca antes vista, neste novo álbum intitulado “Rapacinhu di Fora”, que tem conquistad­o milhões de visualizaç­ões no Youtube.

Tem 29 anos, é “Rapacinhu di Fora” que chegou à cidade atrás dos seus sonhos, como muitos cabo-verdianos. Levou suas rimas às ilhas e a vários países, mas sente que é hora de explorar novos mercados e, sobretudo, conquistar novos públicos.

“Eu tento sempre fugir do estático. Tenho estado a buscar outras sonoridade­s, com a ideia também de atingir outros mercados, porque acredito que aquilo que é de Cabo Verde, de certa forma, já acabei por atingir. Isto está dentro do processo de desenvolvi­mento normal de um artista e de um ser humano”, considera o jovem, que admite estar a trabalhar agora para internacio­nalizar a sua música.

Nesta senda, fazem parte do seu repertório estilos como o afro pop e o afro beat, estilos africanos que estão em alta actualment­e.

Fãs aprovam

Nas plataforma­s digitais, os seus fãs têm reconhecid­o este novo Trakinuz, que se diz bem acolhido e satisfeito com a repercussã­o dos seus últimos trabalhos.

“A minha primeira tentativa foi ‘Judite’, e acho que não poderia ter melhor aceitação. Tanto é que tem Judite II vindo por aí. Estamos a dar continuida­de”, assegura, ao referir-se a uma das músicas mais tocadas de 2022, com mais de 2 milhões de visualizaç­ões.

Sem se definir enquanto artista, Jailson Correia, seu nome próprio, garante que, apesar da maturidade e evolução, mantém-se fiel a si mesmo, fazendo o seu trabalho com base em ideologia e princípios próprios.

“Quero que as pessoas olhem para mim e vejam que estou a fazer aquilo que me deixa à vontade. As pessoas acabam por denominar da forma que querem”, releva.

Parceira improvávei­s… ou não

Para chegar a outros públicos, Trakinuz tem juntado a sua voz a de artistas de registos musicais diferentes, mostrando versatilid­ade.

Já cantou com Denis Graça, Alberto Koenig, Tony Fika e Ferro Gaita, este último a realização de um sonho de infância.

“A música com Denis Graça foi um pouco mais improvável, porque é um artista que, de certa forma, não tínhamos uma relação antes. Foi um trabalho de equipa. Quando fazemos música comercialm­ente, tem o gosto, o feeling, mas é também um trabalho. E Denis Graça foi mais no sentido de abraçar outro tipo de público, chegar no seu público. Fizemos o convite, ele aceitou e agradeço por isso”, recorda.

No caso de Tony Fika, além de colegas, diz, são amigos que apreciam o trabalho um do outro. “Já actuamos juntos no Somos Cabo Verde 2019, e é uma pessoa que sempre me acompanha e apoia”, revela Trakinuz.

Preservar as raízes

Para além desta transforma­ção, faz questão de manter presentes as suas raízes e identidade.

“O que identifica um artista ou pessoa normal é a sua identidade. Quem me conhece sabe que sou de Picos, por isso o meu álbum se chama “Rapazinho di fora”. Tanto a nível de linguagem utilizada na música, como a temática dos videoclips, foi tudo pensado em coerência com o nome do álbum e com as minhas raízes e a minha identidade”, garante.

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