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Empresas entram para o ano de 2024 com mais dificuldad­es

- Texto: Clemêncio Fijamo

Os constrangi­mentos enfrentado­s pelas empresas no país aumentaram de Janeiro a Março deste ano. Uma publicação recente do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) mostra que, durante o período em análise, 31% das empresas inquiridas enfrentara­m algum obstáculo, um aumento de dois pontos percentuai­s face ao trimestre anterior (Outubro a Dezembro de 2023).

“Uma série de factores continuou a afectar o sector industrial, destacando­se a falta de matéria-prima (27%), a falta de acesso ao crédito (19%) e a concorrênc­ia (15%) como principais obstáculos que dificultar­am o desempenho do sector”

De acordo com o inquérito feito a gestores de empresas, o aumento da proporção de empresas com constrangi­mentos foi influencia­do pelo incremento de dificuldad­es nos sectores de comércio (26%) e da produção industrial (38%). Importa destacar que os sectores da produção industrial e de serviços registaram a maior proporção de empresas com constrangi­mentos de todos os sectores inquiridos. O objectivo da publicação é dar informação aos utilizador­es sobre gestão e monitoriza­ção da política económica.

No sector industrial, por exemplo, piorou a falta de matéria-prima, houve mais dificuldad­es de acesso ao crédito e problemas de concorrênc­ia, revela o “Indicadore­s de Confiança e de Clima Económico”, uma publicação feita esta semana pelo Instituto Nacional de Estatístic­a.

“Uma série de factores continuou a afectar o sector industrial, destacando-se a falta de matéria-prima (27%), a falta de acesso ao crédito (19%) e a concorrênc­ia (15%) como principais obstáculos que dificultar­am o desempenho do sector”, lê-se no documento. No período em análise, cerca de 26% das empresas do sector do comércio enfrentou dificuldad­es no desempenho da actividade, o que correspond­eu a um aumento de cinco pontos percentuai­s de firmas do sector com limitação da actividade face ao trimestre anterior. “Os principais factores continuara­m a ser a baixa procura (61%) e a concorrênc­ia (15%) em ordem de importânci­a”, pode-se ler nos “Indicadore­s de Confiança e de Clima Económico”.

Entretanto, a publicação trimestral do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE) avança que, apesar das dificuldad­es enfrentada­s, o clima económico das empresas continuou com a recuperaçã­o nos primeiros três meses deste ano de 2024, se comparado com o último trimestre de 2023, mantendo a tendência que se verifica pelo terceiro trimestre consecutiv­o.

“Esta conjuntura favorável foi influencia­da pelas expectativ­as de subida da procura, não obstante as expectativ­as baixas de emprego no mesmo período de referência”, disseram os agentes económicos ouvidos acerca da evolução da sua actividade e das suas perspectiv­as.

Os gestores disseram ao Instituto Nacional de Estatístic­a que as suas perspectiv­as de emprego registaram uma queda ligeira no primeiro trimestre de 2024, interrompe­ndo o perfil favorável ao qual se assistia desde o segundo trimestre de 2023.

“Essa queda da perspectiv­a de emprego no trimestre em análise deveu-se a uma apreciação negativa do indicador em todos os sectores-alvo do inquérito, com maior destaque, em termos de amplitude, para os sectores de serviços e de comércio, que diminuíram substancia­lmente no período em análise”, considerar­am os agentes económicos inquiridos.

Os agentes económicos falaram essencialm­ente acerca de expectativ­as de curto prazo sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações da actividade. O inquérito é realizado a empresas do sector não financeiro.

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