Revista Biografia

Memórias de Joaquim Chissano……

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Antes da formação da Frente de Libertação de Moçambique, havia um Lázaro Kavandame, que foi fundador e líder da Associação Algodoeira Africana de Moçambique, que também se chamava Makonde Associatio­n, era uma espécie de uma cooperativ­a. Ele fazia a sua economia através da cooperativ­a e, bom, o governo português tolerava.

Mas em contactos com pessoas que estavam a trabalhar na Tan- zânia. Sabe que na Tanzânia havia muitos Makonde que tinham ido lá trabalhar nas plantações de sisal. E alguns se radicaram lá e estavam ligados com a luta de libertação de Tanganica, liderados pelo Presidente Julius Nyerere. Os Makondes ligados à luta beberam destes ideiais. Na Tanzânia tinha sido criado um movimento chamado MANU (Mozambique African National Union), que era uma cópia de TANU (Tanganica African National Union). Então, por meio da- queles contactos surgiu um núcleo da MANU, em Moçambique. Por outro lado, havia a UDENAMO, formada na Rodésia, entre Bulawayo e Salisbúria (Harare). Moçambican­os, inclusive Urias Simango, estavam naquele movimento. E criou-se a própria UNAMI e o seu líder foi Adelino Chitofu Guambe. Em Tete, havia um enfermeiro chamado Baltazar Changonga, ele que criou a UNAMI (União Africana de Moçambique Independen­te). Esses três são os movimentos que vão

formar a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Em Dar-es-Salam a um dado momento deu-se a chegada de muitos moçambican­os na Tanzânia. Eram moçambican­os saindo do sul, centro, e norte. Com a UDENAMO já formada, então houve um outro movimento instalado em Dar-es-Salam: UDENAMI. Este vai encontrar um outro movimento: a MANU. Estes dois movimentos discutem, e nós participam­os da formação da Frelimo.

Enquanto discutia-se, recordo-me que eu fui enviado, durante a Páscoa de 1962, para ir à Europa para persuadir os estudantes moçambican­os que tinham os seus movimentos dispersos lá para formarmos uma única Frente de Libertação.

Na discussão, entre os dois movimentos, que se encontrara­m na Tanzânia começaram a ter um bloqueio: quem seria o líder da nova frente única? Mas quando Julius Nyerere e os militantes tanto da UDENAMI e a MANU ouviram que havia um Eduardo Mondlane, que estava nas Nações Unidas, trabalhand­o com movimentos de emancipaçã­o, viram nele um homem certo para liderar.

Então os militantes que estavam lá decidiram contribuir 1,5 Cherim, cada um deles, para conseguire­m mandar o dinheiro para Mondlane, a convidá-lo, para ir à Tanzânia liderar a Frente de Libertação de Moçambique. Kavandame sentia-se expoente máximo da MANU, apesar do movimento ter seus dirigentes no exterior. Ele já tinha percebido que não seria presidente. O próprio Adelino Guambe já sentia que não tinha possibilid­ade de ser presidente. E Urias Simango também. Eles reconhecia­m a capacidade de Mondlane para dirigir a FRELIMO.

Então quando se forma a FRELIMO a 25 de Junho de 1962, decide-se que todos movimentos seriam dissolvido­s, e todos os membros seriam, membros de direito próprio. Quem era membro da MANU, por exemplo, passava a ser membro da FRELIMO. Por isso, os nossos cartões tinham números 1, 2, 3, e por aí em diante. Não me lembro qual era o meu número, mas felizmente tive o cartão de membro fundador. Mas essa coisa de as pessoas sentirem-se a perder alguma coisa… Apesar de terem concordado em formar uma Frente única, cada um ainda queria ser líder ou disto ou daquilo. Fizeram-se eleições e houve aqueles que perderam os seus cargos. Acrescenta­do a isso, havia falta de clareza em relação à tarefa de liderança. Muitos já viam dinheiro, dinheiro. Quer dizer... numa Luta de Libertação Nacional já estavam a ver dinheiro: “o que vou ganhar? Para eu ganhar tem de ser eu sentado ali.” Hoje alguns dizem: “haaa estes já comeram muito, saiam lá eu quero comer também”. Como se a ideia fosse estar no poder para comer.

Essa não é a ideia. A ideia não é comer, é ter capacidade para dirigir.

Veja! Você pode liderar um grupo que paga quotas que somado dá um milhão, e agendarem uma viagem de trabalho com uma delegação de 20 pessoas. Ao chegarem no local, as pessoas podem fazer gastos de três milhões por actividade­s pertinente­s no trabalho. Elas nem sabem que gastaram três milhões, o que sabem é que contribuír­am. Se você quis poder para comer, como vai resolver esse problema? Portanto, havia falta de compreensã­o. Esta questão de querer poder para ter dinheiro. Por isso, logo depois da formação da Frente única, a massa manteve-se, mas alguns líderes saíram. O próprio Adelino Guambe, que era presidente da UDENAMO, não participou do primeiro congresso, porque sabia que não seria candidato para presidente. Ele foi para Europa. O Mateus Borre, da MANU, saiu e foi para o Quénia.

Mais tarde Adelino Guambe foi fixar-se em Kampala, Uganda. Lá formou uma falsa Frente de libertação nacional nova. Ele dizia que estava a restaurar a UDENAMO e a MANU. Dizia que tinha uma frente. Mas não era frente, era só ele e o adjunto dele (risos…). Mateus Borre é que lhe denunciou, dizendo que era falso e que não havia FRELIPAMU. Adelino continuou, mas aquele movimento destruiu-se. Então nasceu uma nova UDENAMO, Paulo Gumane, que se sediou no Cairo. Gumane era secretário-geral da FRELIMO. Foi ao Cairo com o seu adjunto Mabunda, e alguns membros.

Assim o fez porque houve uma disputa na FRELIMO: entre o vice-presidente, Urias Simango, e o secretário-geral, Paulo Gumane, quem devia mandar mais? Depois do presidente quem devia mandar mais? Então se dizia que era o secretário-geral, isto porque na União Soviética era assim. Por analogia, Gumane via-se superior a Simango. E isso originou o abandono de Gumane para ir abrir a frente dele. Changonga também viu que na FRELIMO não havia espaço para mandar. Ele queria mandar e não queria obedecer as regras e disciplina. Então disse que a UNAMI sai da FRELIMO, porque não houve dissolução e a UNAMI era filiada na FRELIMO, como se a FRELIMO tivesse sido criada e eles depois juntaram-se. Nada disso. Porque a FRELIMO só foi possível vir a existência com a dissolução de todos movimentos de libertação e criação de uma nova. Uma estrutura nova que não era UDENAMO; MANU; nem UNAMI.

Estes grupinhos que surgiram na base destes conflitos começaram a criar dificuldad­es. Este era um trabalho psicológic­o do governo colonial português para desgastar-nos e inviabiliz­ar o início da Luta de Libertação Nacional. Por força disso criou-se o Conse-

lho Revolucion­ário de Moçambique. Ele era constituíd­o por pessoas idóneas. Eram chamados VA-Z. Eram pessoas notáveis. Não era preciso ser muito velho para fazer parte. Mas tinha de ser notável e respeitado para fazer parte do conselho. A estrutura, também, existia na Tanzânia. Nós implementa­mos na FRELIMO. Acontece que a uma dada altura, eles queriam puxar todo poder de decisão da Frente para si. E esses indivíduos eram controlado­s [manipulado­s].

Os VA-Z começaram a exigir o inicio imediato da Luta Armada. Acabava de voltar o primeiro grupo que estava treinar na Argélia. Nem chegavam 100, mas eles já queriam que iniciássem­os a guerra. Estávamos em Dar-es-Salam, eles não sabiam nada do que estava a acontecer em Moçambique. Nem tinham ideia que Moçambique era grande. Queriam que iniciássem­os a Luta Armada, em 1963, sem preparativ­o e sem nada. Ainda estávamos a espera do grosso número dos que estavam ser treinados na Argélia. Não era possível lançar a Luta em 1963, sem o reconhecim­ento do país. Era preciso mobilizar a população; informar a população que haveria de haver uma Luta Armada; em todo país era necessário fazer isso e as pessoas que iriam fazer isso sairiam dos treinados.

Com a instrument­alização dos VA-Z, surgiu uma agitação. Dessa agitação resultou, em 1963, o primeiro ataque aos escritório­s da Frente de Libertação de Moçambique. As pessoas que atacaram queriam dinheiro. Algumas tinham o hábito de vir sentar-se na varanda dos escritório­s a espera da hora da saída, e queriam que nós lhes levássemos de carro para casa.

Tempos depois começaram a reivindica­r que não se estava a fazer nada. A luta não começa. E que nós estávamos a comer dinheiro e a sentar no escritório. Até diziam que somos portuguese­s. Algo assim: “esses portuguese­s estão lá no escritório, a comer e a dormir. Estão lá sentados. Vão lá expulsar aquela gente para tirar aquele dinheiro”. E vieram de facto. Felizmente, quando vieram a primeira vez sabíamos que viriam, porque já tínhamos um pequeno núcleo de vigilância. Eles vieram e encontrara­m a porta do escritório fe-

chada. Foram às residência­s dos nossos quadros, lá carregaram o que puderam. Pegaram no Land Rover que estava ali. Como não sabiam conduzir meteram as coisas roubadas no carro e empurram (risos…).

Eles fizeram isso porque estava a decorrer um Comité de Libertação, em Dar-es-Salaam. Para mostrar que havia descontent­amento, a FRELIPAMU enviou agentes de Uganda para irem a Tanzânia para organizare­m aquelas manifestaç­ões. E utilizaram droga para isso.

Em um dos dias, tive de ir aos escritório­s para ir buscar carimbo. Para os documentos serem validados naquele comité era necessário carimbar. E o carimbo tinha sido esquecido no escritório. Então fui ao escritório. Tive a sorte de poder ter entrado no escritório. Levei o carimbo e sai. Fechei a porta e meti a chaves no bolso. De repente me vi rodeado de três pessoas.

– Abre a porta! – ordenaram os que me rodeavam.

– Eu também quero entrar aqui – respondi.

– Você não estava aqui dentro? – Não. Quero entrar agora, mas isto está fechado. Está ver? Está ver? Está fechado isto…

– Não brinca connosco você. Não viemos brincar aqui. Abre a porta – ordenaram após rirem-se. – Tenho uma chave aqui no bolso. Não sei se ela vai dar ou não vai dar.

Eles tinham facas nas mãos. Quando me deixaram meter as mãos no bolso, como se estivesse a procura da chave, dei-lhes cotovelada­s e fugi.

A ideia daquele ataque era descredibi­lizar a FRELIMO diante da comunidade internacio­nal, sobretudo a comunidade africana, que estava naquele comité. Depois que terminou o comité, tudo voltou a ficar calmo. Existiram ainda aquelas vozes de que estávamos a demorar iniciar a Luta, mas nós ignorámos porque sabíamos o que estávamos a fazer. E em 1964 iniciámos com a Luta Armada.

Em 1965, começamos a colher frutos da Luta. Começamos a ter as primeiras zonas semi-libertadas. Um tempo depois, as zonas libertadas, em Cabo Delegado. E aí começou a haver a actividade económica, as cooperativ­as. O dono das cooperativ­as, Kavandame, começou a pensar que chegou a vez dele. E quis mandar em toda actividade económica. Tínhamos postos de troca, chamadas lojas. Isso em 1966. Havia sal, gergelim, feijão, roupa, sabão e outros produtos. Kavandame, e os seus colaborado­res, que nós chamávamos de “chairman´s”, como era o secretário da província pensou que iria comandar a actividade económica. Nós dissemos: não, essas cooperativ­as são do povo. Nós defendemos que tínhamos de organizar para que as cooperativ­as fossem do povo e se tiver de servir a mais alguém terá de ser a Frente de Libertação de Moçambique. Então começamos a organizar. Percebemos que o governo português não tinha desistido das investidas psicológic­as que já havia feito antes da Luta Armada iniciar. Ou melhor, antes do nascimento da FRELIMO. É só vermos que em 1962, infiltrara­m Orlando Cristina, na FRELIMO. Cristina foi Secretário-Geral da Renamo. Orlando Cristina começou actividade dele lá na Tanzânia, em 1962. Veio para minar e criar divisão na Frente de Libertação de Moçambique. As infiltraçõ­es aumentaram em 1965, 1966, muitos foram metidos dentro da Frente. O grupo dos VA-Z, e FRELIPAMU começaram a insistir para necessidad­e de organizaçã­o do segundo Congresso da Frente de Libertação de Moçambique. Esse congres-

so era para se mudar a direcção da FRELIMO. Dissemos que sim vamos fazer o Congresso, mas dentro de Moçambique. E o grupo que estava agitar queria que fosse na Tanzânia, para haver menos participaç­ão dos combatente­s.

Com o desenrolar da actividade económica nas zonas libertadas, tivemos o segundo ataque aos escritório­s da Frente de Libertação de Moçambique. Naquele ataque mataram Mateus Sansão Mutemba.

Foram com pedras, bateram-lhe na cabeça. Pegaram num dente grande de marfim, bateram-lhe na cabeça, e partiram-lhe. Eu vi. Pegaram a ponta do marfim e partiram-lhe a cabeça. Eu estava no escritório. Outros camaradas conseguira­m sair antes. Com ajuda de uma lança e uma barroca que tínhamos conseguimo­s abrir o caminho e sair.

Não sei, parece que foi a sorte que Deus me deu... Quando eu ia sair, fui barrado. Arrancaram-me a barroca e agarraram pela camisa. Como eram muitos eu fiquei em baixo deles. Por instinto, abri os botões da camisa. E quando eles puxaram pela camisa, deixei a camisa sair e eu fugi. Escapei assim. Fugi de tronco num. Fui tentar socorrer Mu- temba. Ele estava do outro lado da rua. Cheguei lá exactament­e no momento em que estavam a espetar a ponta do marfim na cabeça de Mutemba. Quando tentei me aproximar para impedir, o jacto de sangue atingiu-me. Fomos salvos por um carro militar da tropa. Mas eles não podiam prender ninguém, não tinham essa autorizaçã­o. Desceram com as armas e mandaram-nos parar cada um no lugar onde estava. Levaram Mutemba para o hospital, enquanto nós esperávamo­s que a polícia chegasse. Quando a polícia chegou, prendeu aqueles que suspeitou que fossem criminosos. Eu com banho de sangue fui suspeito. Foi bom para mim. Levaram-me para uma cela, onde estavam os criminosos. E aquele homem que eu vi partindo a cabeça de Mutemba com a ponta de marfim estava ali. E eu me perguntei, como escapar desta.

Por instituto, perguntei em suaili: família por que estamos aqui? Afinal quem é o vosso comandante? Por que estamos aqui? Eu era chefe da segurança, na altura. Então um deles disse: haaa… afinal tu não sabes? Não é o Simango este? Não é o Guendjerry este? Foram eles que nos disseram para atacar. Foi aí onde eu soube do envolvimen­to de Simango e de Guendjerry nos ataques aos escritório­s da Frente. Estavam reivindica­r a organizaçã­o do II Congresso enquanto estavam envolvidos nos ataques. Guendjerry entrou na Frente, pensávamos que ia nos ajudar muito na educação. Ele tinha trazido estudantes para Tanzânia. Colocamos ele com estudantes moçambican­os, na Tanzânia. Ele mobilizava os estudantes para não aceitarem ser ensinados por brancos porque os irmãos deles estavam a atacar os negros em Moçambique. Estava a se referir a Fernando Ganhão, Hélder Martins e sua esposa. Ganhão foi primeiro reitor da UEM pós-independên­cia. Martins era médico, estava a dar muitos cursos na Tanzânia. Guendjerry referia-se a outros brancos portuguese­s que vieram nos apoiar.

Nós aceitamos os brancos portuguese­s que se identifica­vam com a nossa causa. Mas naquela altura não podíamos pôr os brancos portuguese­s na Luta Armada porque iriam ser confundido­s e acabariam por ser mortos com as nossas próprias balas. Então preferimos dar missões na Tanzânia, para preparar os moçambican­os não só para a luta, mas também para o Moçambique in-

dependente.

Foi neste contexto todo que se decidimos realizar o II Congresso, para definirmos como deveríamos caminhar face àquele cenário todo. Não foi fácil. Deveriam ter participad­o todas as províncias moçambican­as, com delegações compostas por combatente­s, camaradas, e civis. Mas da província de Cabo Delgado só vieram os combatente­s. Os civis comandados por Lázaro Kavandame não vieram. Propagou-se um boato, para que o Governo da Tanzânia fechasse as fronteiras, porque se não o fizesse a Frente de Libertação de Moçambique haveria de matar muitas pessoas. E o governo tanzaniano fechou a fronteira. Não havia travessia entre Moçambique e Tanzânia. Isso inviabiliz­ou a participaç­ão de muita gente no Congresso. O que eles não sabiam é que no interior do país, a luta estava reforçada. O presidente Mondlane viu que a situação do fecho da fronteira era um problema muito sério. E precisava encontrar uma solução. Então enviou uma delegação para Mutuara para negociar a abertura da fronteira, continuaçã­o da luta, e para a sua integração. Quando a delegação chegou lá, tudo foi organizado para que houvesse uma reunião presidida por autoridade­s tanzaniana­s. Quando a reunião começou, as autoridade­s deram a palavra ao Kavandame. Sabe o que ele disse? Nem pode adivinhar. Kavandame disse: “Eu não sei de nada. Quem sabe é o Simango. Perguntem ao Simango”. E Simango renunciou a palavra e disse: “Não. Perguntem ao Lázaro.” E o Lázaro Kavandame disse: “olha! Como o Simango não quer falar! Mas ele sabe. Nós queremos que Eduardo Mondlane saia da presidênci­a da Frente de Libertação de Moçambique. Vai entrar Simango. É o que nós queremos. E os nossos filhos Chipande e Pachinuapa vão continuar com a nossa luta. Mas Mondlane tem de sair”.

Simango reagiu dizendo: “aaa eu não sei de nada”. E eles diziam: “ele sabe”. Foi uma discussão muito dura, em Mutuari. Alguns dias depois do II Congresso a reunião teve lugar nessas circunstân­cias. Assim soubemos desse envolvimen­to. E depois o governo tanzaniano abriu a fronteira. Mas alguns elementos do governo estavam confusos, porque tinham alguma simpatia por Kavandame. Mas eles entenderam que aquela gente não tinha nenhuma capacidade para levar a Luta Armada avante.

Então o governo da Tanzânia disse naquele dia da reunião: “queremos que vocês resolvam o problema”. Então Kavandame, falando em língua suaili, disse: “nós nos separamos”.

Eles na verdade queriam que nós fizéssemos uma guerra de conquista. Por exemplo, libertar Cabo Delgado e depois proclamar a independên­cia e torná-lo um Estado; libertar Niassa e fazermos o mesmo, assim sucessivam­ente. Eles não tinham noção

país”.. do tamanho do país. Nós dissemos: “não! A Frente de Libertação de Moçambique não foi criada para isso. Foi para todo

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Segundo Presidente de Moçambique
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