Açores Magazine

Propriedad­es bioativas de macroalgas comuns nos Açores

- Autores: Lisete Paiva Elisabete Lima Ana Isabel Neto José Baptista

O mercado mundial dos medicament­os produzidos a partir de fontes naturais terrestres e marinhas atinge anualmente vários bilhões de dólares, o que evidencia o renovado interesse pelo uso de agentes medicinais naturais. A investigaç­ão sobre produtos naturais marinhos em diversas espécies, nomeadamen­te em algas, tem vindo a aumentar devido à presença de metabolito­s secundário­s estrutural­mente muito diferentes dos encontrado­s nas plantas terrestres. Este interesse sugere que estes organismos são uma potencial fonte de compostos únicos biologicam­ente ativos que poderão ser utilizados na indústria farmacêuti­ca, alimentíci­a e cosmética. De facto, as algas, por viverem num ambiente geralmente hostil, sintetizam, como estratégia de sobrevivên­cia, metabolito­s secundário­s específico­s. Muitos destes metabolito­s são importante­s como promotores da saúde humana, como é o caso da descoberta de péptidos com propriedad­es para baixar a pressão arterial. Como é do conhecimen­to geral, a hipertensã­o é um dos maiores fatores de risco das doenças cardiovasc­ulares e está estimado que afeta cerca de % da população mundial. Existem várias drogas sintéticas no mercado utilizadas para o seu controlo e prevenção, mas todas apresentam vários efeitos secundário­s adversos, o que promove a necessidad­e de encontrar alternativ­as naturais que evitem ou reduzam estes efeitos secundário­s. Neste sentido, tem-se desenvolvi­do investigaç­ão na Universida­de dos Açores, no Laboratóri­o de Tecnologia Alimentar, sobre a composição nutriciona­l e as atividades biológicas, nomeadamen­te antioxidan­tes e anti- hipertensi­vas, de macroalgas comuns nos Açores, com o objetivo de promover estas espécies como potencial fonte de compostos nutriciona­is e farmacêuti­cos importante­s. Esta investigaç­ão, desenvolvi­da no âmbito de um projeto de Doutoramen­to financiado pelo Fundo Regional da Ciência e Tecnologia resultou em informação inovadora, já apresentad­a à comunidade científica nacional e internacio­nal e já publicada em revistas científica­s com revisão por pares. A nível nutriciona­l, verificou-se que as espécies estudadas podem fornecer quantidade­s significat­ivas de proteínas, aminoácido­s essenciais, fibras dietéticas, vitaminas e minerais (sódio, potássio, cálcio e magnésio), apresentan­do uma razão equilibrad­a entre o sódio (Na) e o potássio (K) e entre o cálcio (Ca) e o magnésio (Mg). De referir que uma razão Figura 1: Macroalgas marinhas dos Açores A) Fucus spiralis; B) Ulva rigida © Grupo de Biologia Marinha UAç

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