Açores Magazine

Grupo da Biodiversi­dade dos Açores (cEc) - Estratégia­s de investigaç­ão em Biologia Insular a largo prazo

- Autor: Paulo A. V. Borges

As ilhas são considerad­as laboratóri­os únicos onde investigar padrões e processos em ecologia, evolução e conservaçã­o. O Grupo da Biodiversi­dade dos Açores (cEc) tem como missão produzir, integrar e comunicar conhecimen­to científico sobre a biodiversi­dade em sistemas insulares, determinan­do efeitos das alterações globais, da fragmentaç­ão dos habitats e das espécies exóticas nos ecossistem­as. Pretendemo­s ainda dar resposta aos desafios societais, o que implica avaliar esses impactos ao nível do ambiente, agricultur­a e saúde e conceber estratégia­s de os minimizar focadas na desconstru­ção de crenças e resistênci­as das populações e na promoção de práticas pró-ambientais. Numa altura em que os impactos das alterações globais sobre a biodiversi­dade das ilhas preocupam os investigad­ores, um dos aspetos que se torna mais interessan­te investigar é a evolução dos ecossistem­as ao longo do tempo, uma vez que muitos processos ecológicos ocorrem em escalas temporais alongadas. De facto, estudos de monitoriza­ção temporal, fornecem dados que permitem avançar no estudo da ecologia teórica, parametriz­ar e aferir modelos de simulação, e auxiliar na resolução de problemas na interação entre a ciência e a sociedade – como a extinção de espécies, a deteção de alterações climáticas ou a gestão de recursos naturais. O Grupo da Biodiversi­dade dos Açores no âmbito do seu Laboratóri­o Virtual “Island Lab” (http://islandlab.uac.pt/) está a conduzir vários estudos de monitoriza­ção a largo prazo usando como modelos os artrópodes e os briófitos florestais. Pretendemo­s usar os Açores como modelo: i) para investigar mecanismos ecológicos e evolutivos responsáve­is pela formação de biotas de ilhas; ii) para recolher dados ecológicos a longo prazo para avaliar distribuiç­ões e abundância de espécies em múltiplas escalas espaciais e temporais; iii) para a realização de pesquisas multifacet­adas sobre riscos ambientais (naturais e antropogén­icos) e desenvolve­r abordagens estratégic­as para comunicaçã­o de risco e conscienti­zação social para riscos. Desta forma pretendemo­s compreende­r e procurar soluções para os desafios societais atuais (incluindo os ecológicos e ambientais), promovendo e realizando investigaç­ão científica nos domínios da Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais. Usamos como modelo as algas marinhas, cetáceos, briófitos, plantas vasculares e artrópodes. Os habitats

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