O regresso dos Grandes Bailes
Os Grandes Bailes de Carnaval do Coliseu Micaelense, “tradição adormecida há anos”, regressam finalmente em 11 e marcam essencialmente a atividade anual da maior casa de espetáculos dos Açores, pontuada também pelo “Açorianíssimo” e pelo Circo, perante a escassez do cinema e a irregularidade da música.
Marcados agora pela liderança artística de Victor Cruz, os três bailes suspensos em 1 registam logo uma afluência de cinco mil pessoas. E as novidades sucedem-se.
Em 1, os quatro responsáveis Victor Cruz, José Vieira, Santos Figueira e Teófilo
Frazão convidam a orquestra do “Açorianíssimo” e os conjuntos “DRM” e “Ipirangas”.
Em 1, o músico luso- americano Luís Bettencourt vem reforçar a orquestra de Teófilo Frazão, a par de uma centena de emigrantes que se desloca expressamente dos Estados Unidos da América, e José Vieira transforma o Coliseu “num jardim florido”, acrescentando-se uma inovadora tarde infantil.
Em 1, depois de constar que “a realização dos bailes está seriamente comprometida este ano”, o Coliseu anuncia “a sua melhor gala de sempre”, com uma “ornamentação moderna” animada pela orquestra do “Açorianíssimo” e pelos conjuntos “Stress” e “The Mix”.
Em 1, os bailes “oficialmente louvados pela Câmara Municipal de Ponta Delgada” trazem atrações internacionais (o agrupamento venezuelano “Los Canoneros”) e nacionais (o cantor Paulo de Carvalho, a Orquestra Ligeira do Exército e o grupo de saltadores cómicos do Clube Atlético de Alvalade) com honras de gravação televisiva para o programa especial “Carnaval no Coliseu” da RTP/Açores. Em 1, com o regresso da Orquestra Ligeira do Exército e uma homenagem dos artistas açorianos ao músico emigrante Luís Bettencourt.
Em 1, com novos decoradores (Humberto Moniz e Gilberto Silva) e com novos animadores (“Engle” e “+1”), mas com o mesmo acolhimento de sempre (“é talvez a hora de se pensar a fundo na falta que tal casa faria à cidade, caso se enveredasse pelo caminho da sua extinção ou modificação de finalidade”).
Em 1, com um grupo de dança orientado pelo bailarino Luís Arruda e a animação musical assegurada pelos “Irmãos Verdade” e “Conjunto Raízes” (“o baile da segunda-feira é o mais concorrido e a noite de sábado, apesar de ter os mesmos atrativos, não consegue esgotar a lotação da sala”).