Carne vs. Peixe: quem ganha?
Será o peixe mais saudável que a carne vermelha e/ou processada? A resposta é sim!
Apesar de ser dito e tido por muitos que “o peixe não puxa carroça”, a carne pode até transmitir a sensação de saciedade mais tempo que o peixe, porém, o seu consumo traz mais consequências negativas e, a médio e longo prazo, estas mesmas consequências farão com que perca a capacidade de “puxar carroça” mais cedo!
Passemos a justificar o acima afirmado. Um estudo recente(
1) demonstra que o consumo de peixe está associado a uma redução do risco de mortalidade por todas as causas em cerca de 1%. O mesmo estudo demonstra que o consumo de carnes vermelhas e de carnes processadas tem um impacto positivo de % na mortalidade. Porquê? Os efeitos negativos na saúde associados ao consumo de carne devem-se a compostos pró-inflamatórios, pró- oxidativos e carcinogénicos presentes na carne ou que se formam durante o seu processamento.
O problema reside sempre nos “aborrecimentos” ou comorbilidades que o consumo de carne causam e que podem culminar em doenças cardiovasculares, ou seja, aparece uma diabetes, depois, o colesterol sobe acima do que se deseja, a tensão arterial passa a ser designada por hipertensão e, em casos extremos, células malignas iniciam a sua produção em massa, podendo originar cancro. Mas isto não acontece de um dia para o outro. Leva anos e vai moendo, e moendo mais um bocadinho. E, enquanto mói, vamos continuando a fazer o nosso dia- a- dia. A cintura passa a ser demasiado protuberante, o rubor facial surge com demasiada facilidade e muito pouco esforço físico.
Existe relação direta entre o desenvolvimento de diabetes tipo e o consumo de carne. O mesmo não acontece com o consumo de peixe. O surgimento de cancro colorretal está altamente associado ao elevado consumo de carne e dos seus derivados e ao não consumo de hortícolas e fruta, mas não ao consumo de peixe. Aumenta, em muito, a obesidade abdominal, o que não está comprovado nem associado ao consumo de peixe e o impacto na depressão, apesar de baixa expressão (11%), existe devido ao consumo maior de ómega ( já referi, várias vezes, em vários textos, o quanto bom é para o sistema nervoso e o seu normal funcionamento, a ingestão de ómega em valores consideráveis). Necessitam de mais provas ainda para diminuir o consumo de carne e aumentar um pouco a ingestão de peixe?
Não quero com isto fazer da carne um bicho papão das doenças, apenas enaltecer o bem que advém do consumo de peixe. A verdade é que ninguém é imortal e nunca vi ninguém receber nenhum prémio por ser o mais saudável do cemitério. Mas, se enquanto cá estivermos, pudermos viver um pouco melhor, é fabuloso!