Correio da Manha - CM Sport

Ó Jesus, ó Jesus Artur Moraes à vista

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Jorge Jesus veio dar razão a Sérgio Conceição quando apontou o dedo ao treinador do Marítimo pela prática de antijogo. Lito Vidigal não deve estender a passadeira aos adversário­s mais poderosos – tem, sim, de lhes colocar pedras no caminho. Mas, na defesa do espectácul­o, do futebol que o sustenta, não lhe fica bem a prática recorrente do antijogo.

Jesus conhece de ginjeira Vidigal. Basta recuar ao tempo em que o treinador do Benfica dirigia o Sporting para se lembrar da cena de teatro assinada pelo então técnico do Arouca e que teve outro protagonis­ta – Naldo. O brasileiro dos leões, o menos culpado, foi expulso e Vidigal também viu o cartão vermelho.

Jesus e todos os treinadore­s têm o dever de combater a chico-espertice. Jesus e os pares têm a obrigação de apontar o dedo a quem maltrata o jogo, a quem belisca a imagem da classe. Mas um técnico com a sua inquestion­ável bagagem, fortalecid­a com as passagens ricas, financeira e desportiva­mente, pela Arábia Saudita e Brasil, não pode ter de ser travado pelo seu ‘vice’ Rui Costa, que limitou, assim, cenas ainda mais tristes junto ao banco do Marítimo. O experiente Jesus tem de se concentrar na sua equipa para que ela jogue o triplo. Se o fizer, não terá tempo para dar ‘bocas’ ao homólogo, evitando até que ainda venha, agora, alguém dizer-lhe que não tem moral para falar de antijogo, recordando-o de um Benfica-Sporting em que o seu guarda-redes, Artur Morais, acabou por se atirar para a relva com o propósito de ‘queimar’ tempo.n

DO BENFICA DÁ RAZÃO A SÉRGIO CONCEIÇÃO

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