A hora de Conceição
OFutebol Clube do Porto está em alta. Venceu na quarta-feira na Grécia com um 11 recheado de habituais suplentes que souberam dar conta do recado sem hesitações. A equipa de Sérgio Conceição segue agora para os oitavos de final da Liga dos Campeões, já fez fortuna com os pontos somados na fase de grupos e acabou de ultrapassar o Benfica em número de vitórias na prova de ouro da UEFA. Para que os tempos fossem exemplarmente perfeitos para os portistas, só lhes faltaria liderar o campeonato nacional – e não estão assim tão longe do topo da tabela – e, ainda, ter aplicado um corretivo tal ao Olympiacos que permitisse salvar os amiguitos do Olympique de Marselha do chuto para fora da Europa com que por fim foram contemplados.
É certo que a eliminação da equipa de André Villas-Boas, putativo sucessor de Pinto da Costa, será sempre um mal menor para os campeões portugueses embora tenha sido um mal maior para a TVI, que gastou o seu latim na promoção do jogo apelando não só à vitória portista, o que se justifica plenamente, como à salvação dos franceses de Marselha e do seu treinador Villas-Boas à pala da desqualificação do Olympiacos de Pedro Martins, Bruma, Pêpê Rodrigues, Rúben Vinagre e Rúben Semedo que, em portugueses no ativo, ganha por um rotundo 4-1 ao emblema marselhês.
O sucesso internacional do FC Porto aliado à tranquilidade da casa e às momentaneamente consagradas boas maneiras do seu treinador (que nunca na vida acusou um treinador adversário de praticar o maldito antijogo) expõe à luz crua da realidade as situações menos felizes vividas e sofridas atualmente pelos seus concorrentes de Lisboa, os nacionalmente famosos Benfica e Sporting acontecendo que o Sporting até é
o atual líder destacado do campeonato português embora não pareça, tal foi o alarido pela perda de 2 pontos no último fim de semana. Ao contrário de um Dragão em paz e sossego, vivem os eternos rivais da Capital as agruras das dissensões internas com as respetivas mesas da Assembleia-Geral a indeferir pedidos de reuniões magnas de sócios revoltosos.
Como se não bastasse, sofrem ainda os emblemas da águia e do leão com as penas dos seus respetivos treinadores gravemente castigados pela opinião pública, no caso de Jorge Jesus pelas suas infelicíssimas considerações sobre os acontecimentos do jogo PSG-Basaksehir e no caso de Rúben Amorim pelo Conselho de Disciplina da FPF pelas suas veementes considerações proferidas em sede de túnel a propósito do árbitro e do VAR do jogo Famalicão-Sporting.
Esta é, portanto, a hora de Conceição e, como não é de crer que o Tondela volte a marcar 3 golos e a mandar bolas ao ferro esta noite no Dragão, a hora de Conceição está para durar. Pelo menos por mais uma semana.n
VIVEM OS ETERNOS RIVAIS DA CAPITAL AS AGRURAS DAS
DISSENSÕES INTERNAS