Isaías precisa-se
Com 3 vitórias e 3 empates qualificou-se o Benfica para os 16 avos-de-final da Liga Europa não usufruindo do estatuto de cabeça de série no sorteio que teve lugar na Suíça. Ainda assim safou-se o Benfica das agruras de ter de se defrontar com um Manchester United que traria até à Luz, finalmente, o propalado Cavani ou de medir forças com um Tottenham que traria até à Luz a eventualidade de um Vinícius emprestado a marcar golos ao Benfica emprestador ou, até, de um confronto com a AS que traria à Luz o seu novo diretor desportivo, Tiago Pinto, que ainda na quarta-feira passada esteve no banco do Benfica no exercício das suas futuras-ex-funções.
Saiu, como se sabe, o Arsenal de Londres mas podia ter saído, imagine-se só, o
Shakhtar Donetsk do português Luís Castro que no ano passado, com a facilidade das coisas fáceis, correu com o Benfica de Bruno Lage para fora desta mesma segunda competição internacional europeia ou podia ter calhado o Milan de Ibrahimovic e, pior ainda, o Milan de Rafael Leão, um leão de formação, proscrito agora em Alvalade por questões contratuais mas a quem tudo seria perdoado no seu berço se marcasse 1 ou 2 ou 3 golos ao Benfica em San Siro ou na Luz. Se, por hipótese, Leão marcasse por 4 vezes a Vlachodimos então, nesse caso, atingiria o patamar da imortalidade com direito a nome e número de porta no Estádio do Sporting e com direito ao perdão da dívida.
Por todo este conjunto de razões alterosas deve o Benfica dar-se por satisfeito, satisfeitíssimo, com o que lhe saiu na rifa no sorteio de Nyon já que, defrontando o Arsenal, correr apenas o singelo risco de ver entrar na Luz o seu antigo ativo David Luiz envergando a braçadeira de capitão que lhe poderá ser confiada pelo treinador da turma inglesa em homenagem aos bons anos que o defesa-central brasileiro passou no Estádio da Luz. Do mal, o menos. Para eliminar o Arsenal e seguir para os oitavos-de-final da Liga Europa do que o Benfica precisa é apenas de um Isaías. De um Isaías qualquer capaz de fazer o mesmo que o velho Isaías fez, em 1991, na Luz e em Highbury Park e que se resume em poucas palavras: pegar na bola e arrancar para a baliza adversária sem passar a dita a bola a ninguém e, depois, acertar com a bola no
PEDRINHO PRECISA DE COMER UMA CENTENA DE BIFES DA ALCATRA COM BATATAS FRITAS
fundo das redes arsenalistas por três vezes.
Isto dito assim até parece fácil, mas não é. Depois de uma análise atenta ao atual quadro de jogadores do Benfica o único elemento que parece poder chegar aos calcanhares de Isaías é o franzino Pedrinho, que marcou um belo golo ao Vilafranquense, mas que para fazer em 2021 o que Isaías fez em 1991 precisa de comer até ao próximo mês de fevereiro uma centena de bifes da alcatra com batatas fritas. E com ovo a cavalo. De outra maneira, não vamos lá.n