Há mistério para os lados da Luz
Os menos novos ainda se lembram de Artur Varatojo, mais conhecido por Inspetor Varatojo, um destacado criminologista, escritor de policiais e advogado. Se ainda estivesse entre os mortais (1926-2006), o ‘Mistério Benfica’ mereceria da sua parte, com toda a garantia, detalhadas horas de investigação para tentar descobrir quem matou o futebol na Luz. O que se passa entre os encarnados é uma verdadeira incógnita, sem uma explicação a breve trecho.
Rotulado como um vencedor antecipado nas provas nacionais, após um esforço milionário com contratações, o Benfica revela-se uma desilusão. Depois da
QUEM MATOU O FUTEBOL DO BENFICA? ADEPTOS OFERECEM RECOMPENSA
curta, inglória e desastrada participação no arranque da Liga dos Campeões, os jogos sucedem-se em penosas exibições, com os jogadores longe de mostrarem qualquer garra ou alegria em honrarem o seu nome e a profissão por si escolhida. Para a depressão não ser ainda maior, a ausência de público tem-se revelado uma benesse; com os estádios cheios, ou os atletas acordavam ou os assobios e os impropérios suplantavam os incentivos.
Depois, Jorge Jesus está diferente. Começou igual a si próprio, com a habitual bazófia - “O Benfica vai jogar o triplo” -, para se acantonar na apatia e no conformismo, apresentando leituras dos jogos ao arrepio daquilo que a todos é dado a observar. Não é este o Jesus que põe as equipas a jogar bom futebol. Um mistério.n