Correio da Manhã Weekend

“A vida é aberta a propostas”

A atriz e cantora, de 34 anos, que acaba de se consagrar a grande vencedora da quinta edição de ‘A Tua Cara Não Me É Estranha’ espera ter novas oportunida­des em televisão

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Acaba como de a se grande consagrar vence Cara do Não ra de me É ‘A Estra- Tua nha’ [TVI]. Como é que se sente? Estar naquele palco foi muito especial, não sei explicar mas havia uma certa magia. Faço teatro há muitos anos, mas estar ali foi muito diferente. Tudo é diferente. As câmaras, os colegas e a família... Qual foi a imitação que mais gostou de fazer?

Foi quando imitei a Simone de Oliveira. Foi muito emotivo tê-la à minha frente. Curiosamen­te, não estava sozinha. O Ruben [Madureira], o seu companheir­o, também fazia parte do leque de concorrent­es. Como é que lidou com isso? Tivemos o privilégio de até na televisão de nos juntarem. Foi ótimo. Estamos juntos há muitos anos e eu não conhecia esta faceta de imitador que ele tem. Ele ganhou muitas galas e esteve à frente até meio do programa. Mas a Sissi é que acabou por vencer. Chegou a haver competição entre os dois? Estávamos um com o outro e não um contra o outro. A produção costumava fa z e r e s s a brincadeir­a. O Ruben é o meu maior crítico, dá-me muitos conselhos. Numa das galas o Ruben disse que primeiro se apaixonou por si artisticam­ente e só depois pessoalmen­te.

Isso marcou-a? Ele achou que aquele era o momento especial para o dizer e, sem dúvida, que ficou registado na minha memória. Eu também me apaixonei por ele primeiro profission­almente, depois como amigo e só depois é que começámos a namorar. A possibilid­ade de trabalharm­os juntos é que nos juntou. O Filipe La Féria costuma dizer que é o nosso padrinho, foi ele que nos uniu. O casamento está nos planos? Estamos juntos há nove anos, já estamos noivos. Só não ainda casámos porque a agenda não permite. O facto se sermos muito amigos antes de nos juntarmos acabou por contribuir para que hoje tenhamos uma relação tão sólida. Já tem um longo percurso, também porque começou muito no

vinha… Co me c e i mui to c e d o , fi z formação em teatro, música e dança. Sabia que e ra inevitável

acontecer... Há um epi

sódio

fulcral na sua vida, talvez o mais decisivo para se tornar atriz, o dueto com Diana Ross. Como é que recorda esse momento? Acho que ela achou graça ver uma miúda, com os seus 14/15 anos, na plateia. Eu ia troteando as músicas e reparei que ela ia-me piscando o olho. Numa das canções ela enganou–se na letra, que eu sabia de cor, e gritei-lhe a letra. Se fosse hoje nunca o faria. (Risos) Ela ouviu, pediu para eu continuar e cantámos juntas o tema ‘Endless Love’. Toda a gente se emocionou. Foi aí que decidiu dedi

car-se às artes?

A minha vida mudou. Dizia que ia estudar Psicologia mas ninguém me d e i xo u . Co m 15 anos comecei a cantar no casino. Aquele foi de facto um momento de grande viragem, foi um momento muito especial.

Como é que foi estudar teatro musical nos Estados Unidos?

Fui para fora não por ambição, mas porque aquilo que eu mais amava fazer era teatro musical e não existia ainda em Portugal. Correu tudo

“Estamos juntos há nove anos. Só ainda não casámos porque a agenda não permite” “Estávamos um com o outro e não um contra o outro” revela ao referir-se ao namorado, Ruben

muito bem e foi uma das melhores 47 experiênci­as da minha vida. Fico tão feliz que 11 anos depois já comecem a existir no nosso País formações e parcerias com outros países. Já está em Lisboa há muitos anos, ma sé natural de Gaia. Oqueé que ainda guarda do Norte? Tenho muita coisa, há o sotaque, a alegria. Acho que as pessoas do Norte são mais transparen­tes, sai-nos o coração pela boca mais facilmente, para o bem e o para o

mal. Sinto–me quase lisboeta, mas as minhas raízes são muito nortenhas.

Os últimos meses foram marcados por várias polémicas em torno do assédio sexual. Como é que vê esse tema? O abuso nãoé necessaria­mente sexual. Na nossa área és e vulnerável muito facilmente. A nossa área tem formas de se conseguir trabalhos que às vezes não são as melhores e todos nós sabemos disso. Concordo com algumas coisas que se têm falado, mas não consegui ainda perceber o limite entre o assédio e a sedução. Nós atores trabalhamo­s com asem oções,é difícil perceber qualéo nosso limite. Sem dúvida que o que chegar a ser abusivo deve ser referido.

O facto de estar tão vulnerável assusta-a?

O meu maior medo é vender-me a uma coisa que não goste, porque há projetos que não nos identifica­mos tanto. Questiono sempre se os trabalhos que me propõem me vão fazer evoluir. Se não me apaixonare­m ou não me fizerem crescer eu não aceito.

Qual o projeto que se segue?

A vida é aberta a propostas. O programa ajudou muito as pessoas que não têm possibilid­ades de ir ao teatro de me conhecerem. Espero que a minha participaç­ão dê frutos.

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