Correio da Manhã Weekend

POLÍTICA: ANTÓNIO COSTA. ALARGAMENT­O DO PERÍODO EXPERIMENT­AL NOS CONTRATOS A PRAZO PARA 180 DIAS PODE SER TRAVADO.

CONTRATOS r Costa disponível para criar cláusula que limite o uso dos períodos experiment­ais PATRÕES r CIP considera desnecessá­rio criar nova legislação e CCP receia desvirtuaç­ão de acordo

- JANETE FRAZÃO

OGoverno está disponível para por um travão no alargament­o do período experiment­al dos contratos a termo, que está previsto passar de 90 para 180 dias, para os trabalhado­res à procura de primeiro emprego ou desemprega­dos de longa duração. A ga r a nt i a fo i dada por Ant ó nio Cos t a, numa entrevista ao ‘Expresso’. “Estou eu [disponível] e segurament­e todos os parceiros sociais, porque as normas não são para ser abusadas”, disse o primeiro-ministro. Os patrões têm dúvidas sobre a criação desta cláusula antiabuso.

Ao CM, António Saraiva, da Confederaç­ão Empresaria­l de Portugal (CIP), defende que “há legislação, logo, penalizaçõ­es previstas”. “Não vamos estar a criar legislação sobre legislação.” João Vieira Lopes, da Confederaç­ão do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) aceita a ideia, “desde que a criação da cláusula não desvirtue o acordo alcançado”. Na mesma entrevista, Costa recusa adiantar pormenores sobre as negociaçõe­s com os parceiros à esquerda em torno dos aumentos salariais na Função Pública, em 2019. “Até as negociaçõe­s estarem encerradas não vai haver mais especulaçã­o.” Da parte dos sindicatos, exige-se chegar a bom porto na matéria. “Para os trabalhado­res do Estado, muitos que não tiveram atualizaçã­o remunerató­ria durante anos, é justo fazê-la agora”, disse, ao CM, Helena Rodrigues, do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE)”. “Achamos justo os 3%”, acrescento­u. Já José Abraão, da Federação de Sindicatos da Administra­ção Pública (FESAP) alerta que “terá de haver uma atitude diferente do Governo para acomodar aumentos”. “Caso contrário , te re mos um outono muito quente.” O discurso de Costa é vago: “Vai ser um orçamento de continuida­de. O descongela­mento das carreiras vai prosseguir, o aumento das pensões vai aumentar, a política salarial também.”

SINDICATOS EXIGEM AUMENTOS SALARIAIS PARA A FUNÇÃO PÚBLICA

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Patrões receiam que o acordo alcançado com o Governo na concertaçã­o social saia agora desvirtuad­o

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